quinta-feira, 9 de abril de 2015

A Casa dos Anjos - Collen McCullough


Comentário:
De Colleen McCullough li há muitos anos três volumes da monumental série Os Senhores de Roma e estou desejoso de lá voltar. Por outro lado tenho lido comentários excelentes a Pássaros Feridos que terei de ler em breve. Pelo meio veio-me parar às mãos este romance despretensioso da genial escritora australiana. 
É um livro que me gerou emoções contraditórias. Por um lado, é uma obra que entusiasma pela leveza do enredo, pela facilidade com que a autora transmite uma mensagem de solidariedade em relação a franjas mais desprotegidas e mesmo ostracizadas. A linguagem fluente e um humor discreto fazem da leitura um ato de prazer.
Mas, por outro lado, perpassa pelo enredo uma sensação de “dejá vú”, ou melhor de “dejá lu”. Antes de mais nada, um problema que afeta negativamente qualquer romance: o ritmo narrativo lento; embora a leitura seja agradável, ficamos sempre com a sensação que a estória se contava com menos palavras.
Basicamente, o enredo envolve uma crítica bem vincada à sociedade australiana, onde é visível a separação entre os australianos “antigos”, herdeiros da colonização inglesa e os australianos novos, produto das enormes vagas de emigração de vários países europeus. A autora deixa bem clara a crítica à mentalidade de origem protestante, com alguns traços de puritanismo, mas é ainda mais severa em relação ao extremo conservadorismo da comunidade católica.
Além disto, este livro não deixa de ser um verdadeiro manifesto feminista que, se publicado umas décadas antes teria alguma originalidade; tratando-se de um livro de 2004, penso que se esperava um pouco mais de criatividade na mensagem.

Sinopse (in www.wook.pt)
A Casa dos Anjos é uma vivenda de um bairro mal afamado de Sidney para onde vai viver a jovem Harriet Purcell. São os anos 60, Harriet tem 21 anos e não suporta o ambiente machista da sua família burguesa.
Na nova casa, Harriet entra em contacto com um mundo bizarro e cativante. Estabelece relações com os outros inquilinos, um pintor sem recursos, um emigrante alemão apaixonado por música e culinária, um casal de namoradas. Sobretudo, inicia uma amizade especial com a dona da casa, a senhora Schwartz - cartomante, vidente e médium - e com a sua filha, a pequena Flo, que é muda.
No decorrer de um ano intenso, Harriet descobre o amor, o sexo, a liberdade e a afirmação de si própria. Mas quando uma tragédia se abate sobre a casa, a jovem tem de reunir todas as suas forças para salvar Flo de um destino de solidão e dor.

5 comentários:

Rubi disse...

Gostei muito de Pássaros Feridos!

Denise disse...

Olá Manuel :)

Tenho esse livro na estante para ler há imenso tempo, assim como «Pássaros Feridos».
Vou sempre adiando.
Pela tua análise, vejo que não posso adiar muito mais ;)

Boas leituras!

Paula disse...

Já li alguns livros da autora e adorei!
Pássaros Feridos eu vi o filme quando ainda era novita e revi há uns anitos e continuei a adorar! É simplesmente fantástico.
Li "O Toque de Midas" antes de ter o blogue, e também gostei bastante.
Já tentei ler um dela policial, mas desisti.
Quanto a este acho que não vou ler :P
Abraço

Catarina disse...

“Pássaros feridos” é extraordinário!!! O filme tb é excelente. Já o vi uma série de vezes!! : ))

Unknown disse...

Tenho de "tratar disso" urgentemente :)