Se tivéssemos de escolher um livro “típico” de António Lobo Antunes, este seria um sério candidato; pelo menos é o que me parece, a meio da leitura.
A violência, na guerra colonial e nos acontecimentos que se seguiram à independência de Angola é o pano de fundo para a vida de três personagens: o padre que depois casa com Alice, ou Simone (“nome de guerra” como mulher de alterne) e a filha de ambos, Cristina, narradora no presente, internada, trinta e tal anos depois, num hospital psiquiátrico.
Como é típico em ALA, a técnica de múltiplos narradores dá à escrita uma variação constante, como que uma musicalidade que nos confunde mas também embala, numa linguagem poética como sempre, sentida, forte, por vezes arrepiante.
As sensações e as emoções sobrepõem-se às estórias; as memórias, a revolta e os sonhos perdidos conferem ao enredo uma emoção profunda que transformam ALA no escritor português actual que melhor conhece a alma humana. Por tudo isto, mais uma vez se adverte para que não se procure em ALA um enredo em forma de estória; trata-se acima de tudo de mais uma viagem encantada às profundezas do ser humano.
Imagem ripada daqui. (ALA com um ano de idade)
Olha, aqui está uma foto que nunca mais adivinhavas quem era no "Quem é quem" no viajar :)
ResponderEliminarAcho que vou optar por colocar os autores em idade muito jovem, assim como esta :P
Tenho de ler ALA, algum dia...
Também estoui a ler esta "Comissão..." de ALA
ResponderEliminarNão há dúvida que é preciso entrar na alma do António para o tentar acompanhar.
Mas vale a pena!...