Sinopse:
A tímida Fanny Price vive desde criança com parentes ricos
em Mansfield Park, uma bela propriedade no interior da Inglaterra.
Com o tempo, aproxima-se de Edmund, único entre seus primos que compartilha sua
paixão pelos livros. A chegada dos irmãos Henry e Mary Crawford à
vizinhança encanta todos os habitantes de Mansfield Park – exceto Fanny, a
única capaz de perceber a imoralidade dos recém-chegados. Dotada de uma
fantástica ironia e uma incrível capacidade de observação, Jane Austen retrata
a sociedade inglesa do início do século XIX. Com sua trama repleta de conflitos
sentimentais e personagens frívolas, sonhadoras e ambiciosas, este romance
destaca o triunfo da verdadeira virtude sobre as aparências. Esta edição de
bolso teve tradução de Mariana Menezes Neumann.
Comentário:
Não sendo eu um apreciador, nem sequer leitor dedicado de
Jane Austen, decidi adquirir e ler este livro devido a uma afirmação que consta
da contracapa, onde se diz que este é um dos livros menos admirados pelos
apreciadores de Jane Austen. Se os apreciadores não gostam, talvez eu goste - foi a minha estranha perspectiva Depois de ter saído francamente desiludido da
leitura de Orgulho e Preconceito, tinha esperança de encontrar algo de
diferente neste livro.
E, na verdade, este é um livro bem diferente. A crítica
social está aqui bem patente; Austen vivia um pouco à frente do seu tempo,
denunciando a escravatura, por exemplo (o pai adotivo de Fanny tinha negócios
nas colónias que envolviam mão de obra escrava).
Mas são, acima de tudo, os casamentos de conveniência criticados
pela autora. Fanny é vítima dessa mentalidade e recusa-se a aceitar esse tipo
de casamento. Ela é uma voz rebelde na Inglaterra vitoriana conservadora. No
entanto, a fragilidade da personagem deixa o leitor algo perplexo: por um lado
ela rejeita a submissão mas, por outro, não tem a força que os leitores assíduos
de Austen admiram nas suas principais personagens femininas; ela é rebelde mas
a rebeldia permanece interiorizada e o que prevalece é a força do
conservadorismo de Sir Thomas (o pai adotivo) ou da abjeta tia Mrs Norris.
A religião luterana é um dos alvos principais da crítica de
Austen; por um lado, é dada liberdade de casamento aos sacerdotes, mas por
outro eles são censurados por qualquer relação amorosa e a sua vida estará
sempre condicionada pela permanente vigilância dos olhares conservadores.
Enfim, trata-se de um livro que se lê com muita facilidade,
constituindo até uma leitura agradável mas em que falta algum fôlego o mundo
de Austen parece sempre demasiado pequeno para as suas personagens: a crítica
social é a sua principal preocupação e esse propósito quase obsessivo limita
bastante o âmbito dos seus romances.
Por outras palavras, ainda não foi desta vez que Jane Austen
me convenceu.
5 comentários:
Li todos os livros de Jane Austen, a maior parte deles na adolescência, e gostei muito. Penso que é leitura adequada para jovens românticas e sonhadoras...
O que por vezes nos esquecemos é que ela foi contemporânea da revolução francesa e das invasões, portanto pertence a uma época ainda pré-vitoriana e muito conturbada. Deve ter sido das primeiras mulheres escritoras cujos livros ainda são lidos hoje em dia... :)
Gosto de Jane Austen, embora não esteja entre os meus escritores favoritos. Mainsfield Park também me surpreendeu pela crítica social, designadamente ao esclavagismo, que nunca vi em qualquer dos seus livros. Se Austen não tivesse morrido tão jovem estou certa que a sua obra amadureceria e iria muito para além dos enredos que lhe são habituais.
Ainda não li este. É dificil de encontrar nas bibliotecas públicas.
Tenho este livro cá em casa por ler, tenho de pegar nele!!
:D
Boa semana!
É um livro ahgradável de se ler :)
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