Jesusalém é a história de Mwanito, o menino. Um menino em África, terra de guerra, solidão e encanto. Jesusalém é também a terra sem tempo inventada por Silvestre Vitalício, pai de Mwanito que, fugido da cidade, procura a libertação numa antiga propriedade colonial. Junto com eles segue Ntunzi, o irmão mais velho e Zacarias, o antigo soldado que combateu do lado errado de todas as guerras.
Vitalício foge da cidade mas também da vida, da culpa e do tempo. Jesusalém seria a terra sem tempo nem dono, onde a solidão resgataria todas as mágoas. Ali, onde não há mulheres nem mundo, tudo é baptizado de novo e só Vitalício decide o que ali acontece. De preferência, procura que nada aconteça porque só o vazio faria sentido. O vazio e o silêncio.
O papel central do romance é assumido por Mwanito, o “afinador de silêncios”. Sobre isto, afirmou Mia Couto na apresentação da obra: “Em África, os silêncios são parte da conversa. O silêncio é uma outra maneira da palavra viver e há coisas que não podem ser ditas de outra maneira”. Mwanito personifica a paz, a única paz que Vitalício encontra e, ao mesmo tempo, a sua única ligação ao passado.
No entanto, não é possível fugir ao tempo nem ao mundo; é nesse aspecto que Jesusalém é uma história desencantada, onde a escrita poética e belíssima de Mia Couto encontra terreno fértil. A literatura ao lado do sofrimento, sem o qual não consegue viver.
Vitalício foge da cidade mas também da vida, da culpa e do tempo. Jesusalém seria a terra sem tempo nem dono, onde a solidão resgataria todas as mágoas. Ali, onde não há mulheres nem mundo, tudo é baptizado de novo e só Vitalício decide o que ali acontece. De preferência, procura que nada aconteça porque só o vazio faria sentido. O vazio e o silêncio.
O papel central do romance é assumido por Mwanito, o “afinador de silêncios”. Sobre isto, afirmou Mia Couto na apresentação da obra: “Em África, os silêncios são parte da conversa. O silêncio é uma outra maneira da palavra viver e há coisas que não podem ser ditas de outra maneira”. Mwanito personifica a paz, a única paz que Vitalício encontra e, ao mesmo tempo, a sua única ligação ao passado.
No entanto, não é possível fugir ao tempo nem ao mundo; é nesse aspecto que Jesusalém é uma história desencantada, onde a escrita poética e belíssima de Mia Couto encontra terreno fértil. A literatura ao lado do sofrimento, sem o qual não consegue viver.
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