quinta-feira, 5 de novembro de 2009

A Saga de um Pensador - Augusto Cury

Um grande livro não precisa necessariamente de ter um estilo virtuoso, ou um enredo fantástico, muito menos exige uma linguagem simbólica e enigmática. Um grande livro tem que, isso sim, mexer com a alma. E, nesse sentido, este é um grande livro. Enorme.
É impossível ficar indiferente a esta viagem ao coração. A Saga de um Pensador é a nossa vida em livro. Augusto Cury revela-se o verdadeiro mestre na arte de nos apontar o dedo acusador: somos nós, os “normais” que não vemos a verdade, porque vivemos afundados nessa “normalidade” de autómatos. No entanto, só é cego aquele que não quer ver. E Marco Polo, o explorador da vida e protagonista principal do livro (jovem aluno de medicina e depois psiquiatra) mostra-nos como é possível ser feliz abraçando o mundo, em vez de o olharmos como um meio onde pululam inimigos e problemas.
E é entre os miseráveis, na rua, que Marco Polo aprende a arte de ser feliz. Rindo e amando a vida. É ele que nos ensina que as coisas mais importantes da vida são simples e fáceis de adquirir. Que os outros são, também eles, nossos companheiros nessa procura; que a natureza é o mundo de Deus; que a essência do ser está em nós e não no mundo exterior.
Ao longo do seu percurso académico e profissional, Marco Polo enfrenta os maiores e mais temíveis desafios: a ignorância, o egoísmo e a ambição. Mas há uma solução para todos os males: a liberdade. Em grande parte, este livro é um hino à liberdade que podemos encontrar dentro de nós. Como em quase tudo na vida, a solução está na alma.
Essa liberdade é talvez o factor mais importante na construção da felicidade; as correntes que nos prendem ao mundo exprimem-se em três formas de escravatura da alma: a sobrevalorização da opinião dos outros, a criação de necessidades e a recusa do tempo presente, ao sobrevalorizar o passado e ao ter medo do futuro. Ninguém consegue ser livre sem se libertar destas três amarras. No fundo, os grandes problemas da existência derivam das suas maiores qualidades: pensamos, mas fazemo-lo em demasia. Esta sobrevalorização do intelecto leva-nos muitas vezes a desvalorizar o que é simples e belo.  Extrapolamos, inventamos fantasmas e adiamos decisões em nome do nosso intelecto. Em nome do pensamento esquecemos essa arma que todos possuímos: a imaginação. Dentro de nós é possível construir mundos de paz, de harmonia, de felicidade. Só a leveza das emoções, a abertura da alma à beleza simples do mundo nos pode dar essa luz que a mente intelectualizada se esforça por apagar.
Em conclusão: este livro não é uma obra-prima da literatura mundial; no entanto é um dos livros mais fascinantes que alguma vez se escreveram; nele encontramos caminhos que, de tão óbvios, nunca conseguimos vislumbrar. Trata-se de um verdadeiro manual de felicidade individual e colectiva. Que mais pode um livro dar a um ser humano?
Este livro no Viajar Pela Leitura

8 comentários:

Paula disse...

Olá Manuel :)
Costumo dizer que este é o livro da minha vida...
Uma obra tão simples e de tão grande significado. Este foi dos livros que mais mexeu comigo como pessoa. Depois de o ler e reler é impossível ficarmos indiferentes a tanta coisa importante.
Augusto Cury tem o poder de nos confrontar com acções do nosso dia a dia e de nos mostrar através dos seus personagens como agimos num mundo que muitas vezes pensamos ser dos outros e não nosso. É importante reter que nós somos personagens principais; nós somos importantes...às vezes esquecemos isso e não devemos!
Este é dos livros que todos deveriam ler :)

Vi que colocaste o link do viajar, obrigado :)

Um abraço

Teresa Diniz disse...

Olá!
Pois é, se dizes que este livro é assim tão bom, talvez me dedique a lê-lo, no entanto... só li um livro de A. Cury sobre "alunos fascinantes" ou qualquer coisa assim e não fiquei nada fascinada.
Mas vou tentar outra vez, está bem?
Bjs

Unknown disse...

de acordo

Áurea disse...

Tudo o que tenho lido de Augusto Cury é puramente fascinante. Este também já li e adorei.
bjo
Áurea

Nuno Chaves disse...

tenho ouvido falar coisas fantasticas de augusto cury no entanto nunca li nada deste autor, no entanto depois da tua critica, fiquei com curiosidade em descobrir mais sobre ele. parabens.

Luz disse...

Confesso que este ainda não li, mas tenho-o na minha imensa lista de livros a ler.
Já li vários artigos sobre o mesmo e despertaram-me muito para a sua leitura, creio que nos abre a um mundo diferente o que sempre me agrada e, faz pensar que é essencial.

O meu obrigada pelas palavras deixadas num dos meus espaços e, eu é que devo dizer que fiquei sem palavras...

Abraço de Luz

NLivros disse...

Olá Manuel!

Este livro consta no "ad eternum" livro da mesa de cabeceia. Ou seja, li-o uma vez e, a partir daí, de vez em quando leio passagens.

Uma obra que, considero, ser de leitura obrigatória.

Unknown disse...

Augusto Cury é um escritor fascinante pra quem sabe apreciar uma leitura simples, porém objetiva..
Já li mais de 5 livros dele.. e nenhum deles me deixou decepcionada, pelo contrário, cada vez mais tenho vontade de lê-los..
Recomendo a todos os que estão vivos, ou seja, os que ainda tem sonhos.
Beijos.. Adorei o Blog *-&