Sinopse:
O temerário mas inexperiente Richard Shelton, que
em nome da justiça e da lealdade se lança até no mais desigual dos combates, é
o herói desta aventura. A ação de “A Flecha Negra”, a obra de Robert Louis
Stevenson que começou por ser publicada em folhetim em 1883, decorre nos
primeiros anos da Guerra das Duas Rosas, um conflito pelo domínio territorial e
pela sucessão ao trono que colocou em confronto as casas inglesas de York e
Lancaster. Uma guerra, em pleno século XV, feita de frágeis e pouco duradouras
alianças entre as mais influentes famílias do país.
Comentário:
Mais do que uma intensa e apaixonante aventura, este livro é
um testemunho histórico muito fiel e cheio de beleza; daquele encanto que só o
mundo medieval, carregado de heroísmo, pode trazer. Estamos perante mais uma
obra representativa do período romântico da literatura britânica, da primeira
metade do século XIX e que hoje se junta àquele estranho conjunto de livros a
que o vulgo chama “literatura infanto-juvenil”. Pronto, confesso que embirrei
com isto! Porquê “infanto-juvenil”? Desde quando estes romances apaixonantes,
cheios de mistério e ação, se destinam apenas ou preferencialmente aos jovens?
Isto, meus amigos, é literatura para todas as idades!
Dizia eu que este livro é um testemunho histórico
apaixonante. A ação decorre na fase final da Idade Média, quando a Grã-Bretanha
se encontra mergulhada num duplo conflito: a nível externo, a Guerra dos Cem
Anos, que colocou frente a frente a França, com os seus aliados, e a Inglaterra,
também com os seus aliados, entre os quais Portugal. Este conflito que, na
verdade, durou mais de 130 anos, transformou os franceses em inimigos eternos
e, no livro, eles são uma espécie de fantasmas que ameaçam constantemente as
costas inglesas.
Mas há o não menos terrível conflito interno: a famosa
Guerra das Rosas, entre as duas maiores casas nobres de Inglaterra: a de Iorque
e a Casa de Lencastre, de onde haveria de provir a nossa famosa rainha D.
Filipa.
“Em Inglaterra, se não nos batemos por um lado, temos de nos
bater pelo outro”, lamentava-se o herói deste livro, o jovem cavaleiro Richard
Shelton (Dick). Era esta a dura realidade de um reino dividido numa guerra fratricida
entre as duas casas, representadas pela rosa vermelha de Iorque e a rosa branca
de Lencaster. Desta forma, cada cidadão inglês vivia rodeado de inimigos e o
seu objetivo número um era sobreviver; neste contexto, a Inglaterra tornara-se
um verdadeiro covil de ladrões e um mundo de esfomeados e desesperados. E a
sobrevivência só era possível tomando partido por um dos lados. É por isso que neste livro não há bons nem maus.
Este foi o terreno fértil para o mítico Robin dos Bosques e
foi-o também para os justiceiros deste livro, os homens da flecha negra, com
que marcavam cada ataque aos privilegiados daquele tempo.
Trata-se de um belo romances de aventuras, um livro marcante
deste género literário, indispensável a quem gosta de aliar a história à
literatura.
2 comentários:
Li-o há muitos anos e o exemplar da minha irmã é igual a este (mas não será uma versão simplificada?)
Não sei redonda. A edição que eu li foi a da colação juvenil do jornal Público, editada por volta de 2001.Coloquei esta imagem, tirada da net porque achei-a muito gira :)
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