Sinopse:
Uma narrativa que combina heroísmo e romance com uma crítica
poderosa da destruição da Natureza e da tradição. No cenário do cerco francês e
índio do Fort William Henry em 1757, relata a história de duas irmãs, Cora e
Alice Munro, filhas do Comandante inglês, que lutam para poder voltar para
junto do seu pai. Nesta perigosa jornada, são ajudas por Hawk-eye e os seus
companheiros Chingachgook e Uncas, os dois únicos sobreviventes da tribo. Mas
as suas vidas são postas em risco por Mangua, o selvagem traidor índio, que
captura as irmãs, querendo que Cora se torne sua mulher.
Comentário:
Para o público menos familiarizado com a literatura do século
XIX, este livro ficou célebre pelo magnífico filme de Michael Mann, de1992,com uma
magnífica interpretação de Daniel Day-Lewis e com uma inesquecível banda
sonora.
No entanto, como é normal, o livro conta-nos uma história
bem mais rica e profunda. Na verdade, poucos serão os livros de aventuras que
nos testemunhem de forma tão credível a verdadeira história dos índios
norte-americanos, face à colonização inglesa e francesa no século XVVIII. O
autor deste livro nasceu em 1789, o ano da revolução francesa e escreveu esta
obra em 1826. O seu pai era, ele próprio, um colonizador, um pioneiro que
fundou uma pequena cidade na zona do atual estado de Nova Iorque. Portanto,
Fenimore Cooper conhecia como ninguém a realidade desse tremendo choque cultural
que ocorreu em solo americano. No entanto, não se pense que estamos perante a simples
versão do colonizador. Estamos muito longe ainda dos infelizes enredos de
cow-boys do cinema do século XX, em que os Índios eram sempre os maus da fita.
Pelo contrário, Fenimore Cooper dá-nos uma versão bastante humanista do
referido choque e presenteia-nos com um enredo cheio de emoção mas também de
dramas humanos, vividos na violência da colonização.
Aqui não há maus nem bons; ou melhor, há maus e bons mas
eles não se distinguem pela cor da pele. Obviamente, é necessário compreender e
aceitar como natural que nem sempre os índios tivessem respondido com paz à violência
que lhe foi imposta.
O próprio índio malévolo, Magua, afirma na fase inicial do
enredo que antes da chegada do colonizador, ele era feliz e pacífico. Depois, a
presença dos europeus não se limitou a exercer a violência sobre os nativos;
muito pior que isso, promoveu conflitos gravíssimos entre as diversas tribos,
fazendo alianças com uns e inimizades com outros. Franceses e ingleses, em
guerra, tinham aliados diferentes entre as tribos o que provocava mais atritos
e guerras entre os peles vermelhas.
Mas não se pense que este livro se limita à história; ele é,
também, um belo e agradável livro de aventuras, cheio de dramas e de intrigas,
de mistérios e de amores fatais.
Em suma, um livro muito agradável a não perder por todos aqueles
que apreciam a literatura desse século de ouro que foi o século dezanove.
3 comentários:
Muito bom o teu comentário :)
Parece um livro excelente!
Vi o filme. E tenho o livro, há uns vinte anos. Por estranho que pareça, já não estou certa se o li. Para esclarecer a questão, acho que tenho de o ler brevemente ;)
Gostei muito desse blogue!
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