segunda-feira, 15 de julho de 2013

O Cheiro da Noite - Andrea Camilleri




Sinopse:
Desta vez trata-se de um caso anómalo, em que o cadáver não aparece no início, e Montalbano não é o titular, mas intromete-se. Demasiadas coincidências empurram-no. Investiga o desaparecimento de um financeiro burlão, que levou o dinheiro de meia vila e arredores, e mais tarde do seu ajudante. E a solução seria uma fuga banal, com o dinheiro subtraído aos muitos patos da época da bolsa, ligada a um homicídio.
Mas, bastante mais carregada de horror pungente, surge uma solução lateral, sobre cujo enigma Montalbano se debruça para ver, com a piedade que se sente pelo drama silencioso de certas existências, enquanto um estranho cheiro «a fruta podre, a coisas em putrefação» espalha, durante algum tempo, como que a sua profecia na noite de Vigàta.
«Então sentiu que a noite tinha mudado de cheiro: era um cheiro leve, fresco, era cheiro a erva nova, a cidreira, a hortelã.»
In wook.pt

Comentário:
Encetei a leitura deste livro por ter lido algures que Andrea Camilleri é um dos autores mais lidos em Itália. Mas depois de terminada a leitura, fico sem perceber porquê.
Trata-se de um enredo de cariz policial, povoado de lugares comuns, de clichés estafados. Nada nesta obra parece ser original ou minimamente criativo. O final é previsível e o desfecho é desmontado sem qualquer emoção ou incerteza quanto ao final.
As aventuras do inspetor Montalbano, na perseguição a um banal e previsível vigarista que extorqui fortunas a velhinhas desprotegidas desenrolam-se de modo pastoso, lento, num enredo pobre que se poderia resumir em meia dúzia de páginas.
O que se espera de um bom policial é um enredo rico em pormenores significativos e uma emoção crescente. Nada disse se encontra neste livro.
Uma deceção total. As referências a William Faulkner são forçadas, descontextualizadas e constituem até um certo abuso, tão grande é o abismo entre a escrita dos dois autores.
Alguns pontos positivos podem, mesmo assim, encontrar-se neste livro: a caricatura das especulações bolsistas e um sentido de humor que por vezes consegue fazer sorrir.

2 comentários:

redonda disse...

Não li O Cheiro da Noite, mas do Andrea Camilleri li O Fato Cinzento e A Cor do Sol e gostei (como já foi há algum tempo estou a precisar de voltar a lê-los de novo...do primeiro lembro-me de ter pensado que estava bem escrito; a história interessou-me, mas achei o final triste).

Luísa Ramos de Carvalho disse...
Este comentário foi removido pelo autor.