É verdade que se trata de uma obra de difícil leitura; é verdade também que não é propriamente um livro divertido. Joyce parece ter escrito para ele próprio e, como ele próprio um dia afirmou, para manter os críticos entretidos com interpretações durante uns anos.
Mas também é verdade que é uma obra genial pela forma quase cientifica como foi escrita. Joyce faz malabarismos com a língua. Quanto ao enredo, o génio de Joyce permitiu-lhe fazer algo de impensável: transformar a Odisseia de Homero num livro sobre Dublin; transformar dez anos de Ulisses no regresso da guerra de Tróia em 18 horas da vida de um bonacheirão boémio irlandês; transformar uma obra clássica num enredo pejado de plebeísmos e devassidão; transformar Penélope numa espécie de prostituta caseira.
No entanto, tudo isto se inscreve numa escrita quase hermética, que exige do leitor uma preparação algo trabalhosa da leitura.
Em suma, um livro que, no mínimo, é um marco histórico na literatura universal, numa espécie de subjetividade radical que marcaria todo o século XX literário.
1 comentário:
É um pecado imperdoável ainda não ter passado os olhos por esse. Ando curiosa há que tempos mas vai-me esquecendo...
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