terça-feira, 19 de agosto de 2014

A Dama de Espadas - Alexader Pushkin


Comentário:
Para quem, como eu, nutre uma autêntica veneração pela literatura russa, ler Pushkin era uma obrigação.
Alexander Pushkin é considerado por muitos especialistas como o primeiro grande representante da grande literatura russa. Ele nasceu no final do século XVIII (1799) e viria a falecer com apenas 37 anos, num estúpido duelo como suposto amante da esposa.
Puskin foi pioneiro em diversos aspetos. Desde logo, a nível político; ele foi um dos primeiros revolucionários, a lutar contra o absolutismo do Czar e contra as injustiças sociais a ele inerentes e que tanto pesariam na obra dos grandes mestres russos do século XIX, com destaque para Leon Tolstoi, Gogol ou Gorki.
Mas também em termos literários, ele foi um criador. Tendo sido essencialmente poeta, escreveu várias peças de teatro mas também algumas obras em prosa e por isso é considerado um dos pioneiros da ficção russa, no contexto da escola romântica então em voga.
É nesse contexto romântico que se situa A Dama de Espadas. Trata-se de uma pequena novela que viria a dar origem a uma ópera de Tchaikovsky. O enredo é muito simples e linear, narrado a estória misteriosa de uma velha dama da alta sociedade russa que detinha um temível e misterioso segredo que permitia a qualquer jogador de cartas vencer e tornar-se milionário. No entanto, o uso do segredo estava limitado a condições muito excecionais. O ambicioso Herman, um jogador de origem alemã, terá acesso a ele. Mas as consequências serão terríveis. Aparentemente, é apenas uma pequena estória destinada a entreter pelo mistério que envolve, pela fluidez da escrita e pela simplicidade da narrativa. No entanto, envolve também uma inovadora (para a  época) crítica social, perante a já então diletante alta sociedade e o vício do jogo que já se tinha instalado nesses meios e que viria a constituir a desgraça de grandes personalidades desse magnífico país, como foi o caso de Fiodor Dostoievski.
Numa época em que tanto se fala de literatura de fantasia, é bom ler um livro com quase 200 anos e que deixa a milhas, em termos de qualidade, qualquer um desses livrinhos sem nexo e algumas aberrações que por aí se publicam.
Sinopse:
Certo serão jogava-se às cartas em casa do oficial de cavalaria Narumov. A longa noite invernia chegara despercebidamente; a ceia fora servida às cinco da manhã. Aqueles que haviam ganho comiam com grande apetite, os restantes, distraídos, olhavam para os seus pratos vazios. Mas o champanhe apareceu, a conversa animouse, e todos participaram nela.
in www.wook.pt

5 comentários:

redonda disse...

Li-o há pouco tempo (na edição da Europa-América) e gostei muito.

Unknown disse...

estou completamente "apanhado" pela literatura russa :)

Carlos Faria disse...

Não tenho lido muito literatura russa, apenas Tolstoi e Dostoievsky, mas tudo o que li, gostei.
Mas o mais interessante neste artigo para mim foi o aconchego da ideia que já há muito vou amadurecendo ao ler as "pretensas" grandes obras que vão nascendo e que a publicidade vai impingindo como obras-primas e não só no mundo da fantasia.
"Numa época em que tanto se fala de literatura de fantasia, é bom ler um livro com quase 200 anos e que deixa a milhas, em termos de qualidade, qualquer um desses livrinhos sem nexo e algumas aberrações que por aí se publicam."

Unknown disse...

Carlos, hás de experimentar Máximo
Gorki, A Mãe.

Unknown disse...

Vou ler,adoro a literatura russa como Dostoiévski e etc