quinta-feira, 1 de janeiro de 2015

O meu TOP 2014 - 22 leituras formidáveis


Em  matéria de leituras 2014 foi ano excelente.
Dos 87 livros lidos selecionei os 22 que mais me agradaram.
Note-se que nunca me atreveria a dizer os "melhores" - não sou ninguém para fazer juízos desse género - mas apenas os que mais gostei de ler.

01. A Leste do Paraíso – John Steinbeck.
Mas que hei de eu dizer perante uma obra que me faz sentir tão pequenino? Bastará talvez dizer que é um dos 12 livros que eu considero perfeitos.

02. O Adeus às Armas - Ernest Hemingway.
às vezes negro e tétrico como um quadro de Bosh. Outras vezes colorido de poesia como um quadro de Kandinsky. Mas sempre, sempre, cheio de humanidade. Uma crónica de guerra onde há frestas por onde espreita a esperança.

03. A sul da fronteira, a oeste do sol – Haruki Murakami.
Murakami no seu melhor, só superado, a meu ver, por Kafka à Beira Mar e 1Q84. Uma bela e triste mensagem: capitalismo é conforto; conforto é imobilismo; imobilismo é infelicidade. Para ler, para divertir e refletir.

04. O Adolescente - Fiodor Dostoievski.
Mesmo com uma nota de 19 em 20 este não é o melhor livro de Fiodor. O problema é que alguns dos outros são nota 20.

05. O homem que via passar os comboios - Georges Simenon .
Talvez o policial menos policial de sempre. Uma obra que ultrapassa muito os cânones desse tipo de literatura mas cheio de inteligência.

06. Por quem os sinos dobram - Ernest Hemingway.
A estupidez da guerra. A estupidez da guerra. A estupidez da guerra. E muita, muita arte, numa estória sobre a guerra civil de Espanha. Mas uma estória cheia de História. E de arte.

07. O Natal do Sr. Scrooge - Charles Dickens.
Magia, arte e crítica. Umas dezenas de páginas escritas com dor e beleza. Talvez o melhor conto de sempre sobre o Natal.

08. A Peregrinação do Rapaz sem Cor - Haruki Murakami.
Enquanto não leva o Nobel, Murakami vai-se aproximando dos cânones ocidentais. Dessa forma talvez o Nobel fique ainda mais longe. Mas o mestre japonês não precisa dele para ser um génio.

09. O Ladrão Honesto e Outras Histórias – Fiodor Dostoievski .
Uma das obras mais simples e singelas do grande Fiodor.

10. Ferrugem Americana - Philipp Meyer.
Ferrugem corrosiva! Extremamente ácida! A América na cadeira do psicanalista: doente e louca. Uma obra cheia de ironia e beleza.

11. No Limiar da Eternidade - Ken Follett.
Formidável. A fechar da melhor maneira a trilogia O Século. A imensa capacidade narrativa de Follett está aqui bem patente numa obra monumental. Uma maratona literária ou a torre Eiffel dos livros.

12. O centenário que fugiu pela janela e desapareceu - Jonas Jonasson.
Como se diz na minha terra, de partir o coco a rir. Uma ideia genial e um enredo divertidíssimo. O livro mais cómico dos últimos tempos.

13. Chama Devoradora - John Steinbeck .
Um livro belíssimo, cheio de poesia, num formato muito criativo. Já antes considerava Steinbeck um grande escritor. Agora chamo-lhe génio.

14. A Guerra dos Mundos - H. G. Wells 
Os aliens até podem ser maus. Até podem assassinar pessoas e ter máquinas de matar terríveis. Mas não são piores que os humanos. E nós temos uma arma terrível para os liquidar nas últimas páginas. Talvez a leitura mais surpreendente do ano.

15. As Aventuras de Sherlock Holmes - Arthur Conan Doyle 
Precisa de medicamentos para a depressão? Aqui tem uma bela dose sem contraindicações nem efeitos secundários.

16. À Espera no Centeio - J. D. Salinger.
Holden era boa pessoa. Mas à sua volta tudo era estupidez, ignorância, preconceito. Bela crónica da América do século XX.

17. Liberdade de Pátio - Mário de Carvalho.
Tens aí vinte metros quadrados onde és totalmente livre. Mas livra-te de passar os limites. Aí está uma bela crónica dos nossos tempos.

18. Avó Dezanove e o Segredo dos Soviéticos – Ondjaki .
Os camarada soviético, o mausoléu dos camarada presidente e umas peças de dinamite para fazer uma bela “desplosão”. O singelo mas não ingénuo Ondjaki no seu melhor.

19. O Signo dos Quatro – Arthur Conan Doyle.
Precisa de medicamentos para estimular a memória? Aqui tem uma bela dose sem contraindicações nem efeitos secundários.

20. O Fundamentalista Relutante – Mohsin Hamid.
Uma abordagem fascinante do terrorismo mas também do seu fantasma. E há fantasmas mais medonhos do que a realidade…

21. Os Sinos de Ano Novo- Charles Dickens.
Sinos que não trazem alegria; Ano Novo que repete a tristeza que há na injustiça. No entanto, há a esperança. E a beleza. Sempre.

22. Afirma Pereira – António Tabucchi.
Uma visão inteligente do regime fascista e de como, por vezes, os algozes não passam de vítimas…tristes vítimas do obscurantismo e da estupidez.

Imagem daqui

17 comentários:

Jardim de Mil Histórias disse...

Olá!

Parecem, de facto, excelentes leituras!!

Bom ano!

Boas leituras!

Denise disse...

Olá Manuel :)

Tantos livros bons!

Que 2015 continue recheado de boas leituras.

Beijinhos!

Rubi disse...

Uma lista cheia de clássicos. Que bom!

bragaholics fans club disse...

bem escolhidos
alguns já li e concordo plenamente com a análise
outros vou ler de certeza
e estão aí três que .....não conheço ( ai a minha ignorância ) e por isso já estão apontados...a ver se o stor tinha razão
grande abraço e grande 2015 Zé ( Fidélis )

Unknown disse...

Olha o Zé Fidelis! Sê bem vindo, caro amigo! Um abraço!

Unknown disse...

Rubi, Denise e Isaura
um magnífico 2015 para vocês.
Beijinhos!

Carla disse...

Olá amigo Manuel
Realmente uma lista cheia de clássicos o que mais me despertou a atenção até porque penso conseguir ler a trilogia este ano é o de Ken Follett, a própria torre, bom não é para muitos um elogia desses. Agora tenho que arranjar a coragem para pegar no primeiro, sim é preciso coragem depois de entrar na leitura está tudo bem mas antes, é necessária uma certa dose de coragem.
Um ano de 2015 cheinho de tudo de bom, Manuel com muitos livrinhos à mistura e dos bons.
Beijocas e boas leituras!

Fernando Évora disse...

"A Leste do Paraíso" é um dos steinbecks que me falta (e eu sou steinbeckiano). Acho que lhe pegarei proximamente.
Boas leituras e Bom 2015!

Carlos Faria disse...

22 parece um número estranho, mas depois dá para perceber que é o melhor quartil das leituras de 2015.
Por norma apresento as minhas preferências num post no dia do livro, mas entre os que leu alguns também me marcaram no ano que acabou: À espera no centeio e A leste do paraíso; Por quem os sinos dobram, marcou-me e bem há poucos anos atrás.

Unknown disse...

Leitora,
minha cara amiga, nem olhes para trás quanto ao Follett, mas volto a dizer-te que Os Pilares da Terra é, na minha modesta opinião, ainda mais interessante
Beijinhos e bom ano

Fernando
eu já sabia que era um bom livro,mas fiquei deveras espantado com A Leste do Paraíso. Aquilo é qualquer coisa! E lá vou eu tornando-me também cada vez mais steinbeckiano :)

Carlos
achei piada ao teu esforço por tentares decifrar o "mistério do 22" :) Por acaso é o quartil de 87 (arredondado) mas a razão é mais simples: são os livro que eu considerei Excelentes :)

Catarina disse...

Olá! O tema livros despertou-me o interesse.
Vejo aqui alguns dos autores que gosto bastante e cujos livros já li há alguns anos: Steinbeck, Dostoievski e Hemingway. Deste último, talvez tivesse lido todos os livros que escreveu.
“Os pilares da terra” vou começar a “ouvir” amanhã (depois de o ir levantar à biblioteca hoje) no formato livro-áudio. Uma “leitura” que gosto quando estou a conduzir. Li-o tb há uns anos e quero lê-lo de novo.
Bom domingo.

Unknown disse...

Olá Catarina
Ler (ou ouvir) duas vezes Os Pilares da Terra é um ato de coragem mas também de bom gosto. Eu ADOREI esse livro! Mas que não te distraia da condução :)

Paula disse...

Se calhar vou ler "A Guerra dos Mundos" :P
Acho que já li A Leste do Paraíso, não tenho a certeza!!

Anónimo disse...

tenho a certeza que vais gostar,Paula, é um livro alucinante.
Encontras facilmente e-book gratuito na net porque é domínio publico
beijinhos

Alu disse...

Uau! Tens aí dois dos meus autores favoritos - Murakami e Steinbeck!

Continuação de boas leituras!

Unknown disse...

Olá Alu
são também dois dos meus preferidos
beijinhos

N. Martins disse...

Tanto livro bom! O "A Leste do Paraíso" é, cada vez estou mais certa disso, o livro da minha vida e Steinbeck um escritor incontornável.
Murakami é também um dos meus favoritos, a par com Dostoievski.
Vou tomar nota dos outros que não conheço, que a lista promete!