quarta-feira, 16 de novembro de 2011

Lendo As Naus, de António Lobo Antunes


Lidas as primeiras setenta páginas deste livro, devo dizer que estou surpreendido. É verdade; mesmo já tendo lido sete livros deste escritor, a escrita de ALA ainda me surpreende!
Por vezes acusa-se Lobo Antunes de ser um escritor pouco versátil. Ainda há algum tempo li algures um comentário afirmando que ALA é pouco criativo, insistindo no mesmo estilo e no mesmo tom sombrio. Quem assim pensa e escreve talvez não tenha lido As Naus.
Trata-se de uma obra que se destaca, em termos formais, pela simples beleza da escrita a que poderíamos chamar, com algum abuso, “neo-barroca”. É uma escrita que prima pela beleza das letras e dos sons, que nos convida a ler em voz alta, sentindo a melodia, o perfume da poesia escrita em prosa.
Por outro lado, este livro é original pela temática: envolvendo personagens dos Descobrimentos e do Império em pleno século XX. Uma interessantíssima miscelânea histórica.

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