Sinopse:
Um livro admirável em que Vasco Graça Moura, um dos mais
destacados poetas portugueses, dialoga, em verso, com o texto camoniano,
iluminando, esclarecendo e exaltando o canto originário. Através de um perfeito
equilíbrio entre a reescrita modernizadora e a fidelidade à estrutura e aos
significados da epopeia de Camões, Vasco Graça Moura assina uma obra
indispensável a professores, educadores e jovens, para a compreensão fluída, correta
e abrangente de Os Lusíadas pelas novas gerações.
Comentário:
Antes de mais devo dizer que esta não é uma obra SÓ para
gente nova. É um livro que pode e deve ser lido por todos aqueles que nunca
leram e compreenderam totalmente esse marco histórico da literatura portuguesa
e da própria história de Portugal, que é o poema épico de Luís de Camões.
Vasco Graça Moura consegue nesta obra algo tão admirável que
é capaz de transformar o esforço de ler Os Lusíadas num permanente sorriso.
Como o próprio autor diz na introdução esta obra é vítima de
um certo desprezo que o cidadão comum tem pelos clássicos e também pela
dificuldade inegável que a obra apresenta para oi leitor comum. Acresce ainda a
dificuldade que os professores sentem em lecionar o conteúdo da obra a alunos
do ensino básico.
Vasco Garça Moura não reescreveu os Lusíadas mas conseguiu
transportar toda a mensagem dos dez cantos numa estrutura igual à de Camões, em
linguagem acessível e atrativa, mesclando as suas linhas com as do próprio
Camões. Fornece assim um enquadramento atual, moderno, a uma obra que é vista
como letra morta, ultrapassada pelo tempo. Pelo contrário, VGM transforma Os Lusíadas
numa obra atual e acessível a todos.
Ao longo do livro revisitamos, assim, as narrativas épicas
dos portugueses, centrada na viagem de Vasco da Gama à India, protegidos pela
Deusa romana Vénus, deusa da beleza e do amor, sucessora de Afrodite. Pelo
contrário, Baco, o deus do vinho e dos excessos é o inimigo dos lusos e tudo
faz para os levar à desgraça. Mas o amor triunfa, e o Gama é levado até Melinde
onde relata ao rei local os episódios mais épicos da história de Portugal.
Entretanto, Baco recorre e Neptuno para tentar sempre “boicotar” como agora diríamos,
a aventura dos portugueses. No entanto, o Bem haveria de triunfar, mau grado os
Velhos do Restelo e os monstros de toda a sorte, como o famoso Adamastor.
É esta a mensagem maior deste escritor renascentista,
herdeiro da história mas também dos tempos novos das Renascença, mal
compreendidos naquele Portugal de preconceitos. Morreu pobre e incompreendido
mas ficou para sempre como o portador de uma mensagem de esperança que a todos
nós daria proveito se respondêssemos ao convite de VGM e tivéssemos a coragem
de voltar ao eterno Camões.
Sem comentários:
Enviar um comentário