Sinopse:
Autor revelação, é
considerado como um sucessor de Graham Greene e John Le Carré. Em sete anos,
Daniel Silva escreveu sete best-sellers que alcançaram o top do New York Times.
O autor, de nacionalidade americana, é filho adotivo de pais açorianos e o avô,
que nasceu nos Açores, era pescador.
"O
Confessor" é o terceiro volume de uma “trilogia acidental abordando o tema
inesgotável do Holocausto”. O silêncio do Papa Pio XII perante o apelo dos
Judeus no regime de Hitler, a publicação em 1998 de “Nós lembramo-nos”, a muito
esperada declaração do Vaticano sobre o Holocausto, e os arquivos secretos do
Vaticano estiveram na origem deste livro.
Daniel Silva escolheu
tratar o Vaticano como uma instituição política e sublinhar a dimensão política
das personagens. Para além de todo o material histórico escrito que consultou,
entrevistou diplomatas, antigos padres e jornalistas que fizeram reportagens
sobre o Vaticano e foram presos.
"O
Confessor" (525 mil exemplares vendidos nos Estados Unidos) é parte de uma
trilogia protagonizada por Gabriel Allon, um talentoso restaurador de obras de
arte e agente relutante dos Serviços Secretos de Israel.
Em Veneza, o
restaurador é um mistério para os colegas de trabalho, um homem ácido e solitário
que passa longas horas a ressuscitar Madonnas danificadas num andaime coberto
por uma mortalha. No meio, é considerado um artista, um herdeiro dos grandes
mestres. A dedicação quase obsessiva às pinturas que tem entre mãos alimenta
especulações sobre a sua identidade, a necessidade de se redimir e de corrigir
falhas que o tempo não mitigou.
Em Munique, Benjamin
Stern, antigo companheiro de armas de Gabriel, é brutalmente assassinado. O
reputado professor judeu empenhara-se num projeto secreto de investigação sobre
a posição da Igreja Católica no Holocausto.
Gabriel Allon e o seu
chefe personificam encruzilhadas da História do Médio Oriente e da Europa do
século XX: a memória do Holocausto, o conflito israelo-árabe.
Comentário:
Ao contrário do que se possa pensar, Daniel Silva não é
português; é norte-americano nascido no Michigan, filho adotivo de portugueses.
Teve uma educação católica mas converteu-se posteriormente ao judaísmo, o que
ajuda a compreender algumas das caraterísticas das suas obras.
Este escritor é um caso sério. As suas obras não têm a
dimensão de obras-primas mas primam por algo muitas vezes esquecido mas que
continua a ser fundamental: propiciar o prazer de ler.
O estilo de Daniel Silva é, acima de tudo, muito atraente;
as frases curtas, a linguagem “cinematográfica”, a clareza do enredo, fazem com
que a sua escrita seja acessível a todos os tipos de leitores, bem enquadrado
no leitor típico norte-americano, sempre mais interessado numa estória emocionante
do que em grandes reflexões. Mas nem por isso esta obra deixa de ter motivos
para fazer refletir o leitor.
Este livro não escapa àquilo que entrou na moda na fase pós -
Dan Brown: a ficção em torno do Vaticano, dos seus escândalos e das suas
polémicas. Ao ler este Confessor várias vezes nos vem à memória Anjos e
Demónios ou o Código Da Vinci. Numa escrita simples mas não simplista, Daniel
Silva presenteia-nos com um enredo muito interessante, com um ritmo narrativo
por vezes impressionante. Por outro lado é notável a informação histórica que o
autor recolheu e o rigor que colocou na abordagem desses assuntos.
Neste livro, mais do que as polémicas do Vaticano, é com
imensa coragem que Daniel Silva mexe com uma das polémicas mais fortes do
Vaticano e, mais do que isso, uma página absolutamente negra da igreja
católica: a forma como pactuou e até colaborou diretamente com as tropas e autoridades
nazis no que respeita ao holocausto. À falta de coragem do papa Pio XII juntou-se
a imensa teia de interesses que teimou em colaborar com Hitler na chacina de
tantos milhões de judeus.
Por outro lado, a crítica à igreja atual estende-se às
relações muito perigosas entre os meios religioso, político e financeiro. O
Vaticano parece ser um palco que esconde bastidores que pouco ou nada tem a ver
com a natureza do cristianismo primitivo.
12 comentários:
O consumismo por consumismo, levou-me a comprar este livro, há 2 ou 3 anos e nunca lhe peguei :D
é preciso uma opinião como a tua para me sentir finalmente tentado em pegar-lhe. Conversamos melhor depois de eu o ler.
Daniel Silva, Dan Brown's, Josés Rodrigues Santos e quejandos fazem todos parte da mesma fábrica daí nem lhes pegar, olho-os na prateleira e passo ao lado...mais do mesmo...
Nuno e Seve
estes livros podem não ser grande literatura. Não são. Mas divertem bem mais que as novelas da TVI :)
Não tenho complexo de por vezes ler obras de Dan Brown, Daniel Silva e inclusive li os últimos 2 de JRS baseados em Gulbenkian.
Não são grandes obras em termos literários, mas dão-me prazer as emoções e ansiedade que despertam. Prefiro obras importantes da história da música, desde Bach até compositores contemporâneos, mas divirto-me numa festa com música bem mais ligeira e ouço pontualmente vários grupos de rock.
Li O confessor e enquadra-se precisamente neste tipo de prazer lúdico ligeiro... e gostei.
Completamente de acordo.
às vezes é preciso "espairecer" :)
Graça e paz. Conheci Daniel Silva na biblioteca do navio MSC Splendida e me apaixonei por Gabriel Allon. A partir dali, comprei todos os títulos do autor que encontrei no Brasil e em Portugal. Virei colecionadora do autor.O único livro que não consegui comprar, até agora, foi O CONFESSOR. As livrarias me informam "estar esgotado no fornecedor". Você sabe onde posso compra-lo? Meu e-mail: iararpatrocinio@terra.com.br
Olá Iara
a solução pode ser comprar num site português que envie para o Brasil. Sei que a wook (www.wook.pt) faz isso com e-books; com livros em papel não sei, mas pode sempre tentar
Leitura realmente tem que ser de cada um, gosto como temos opção das mais variadas de obras literárias. Gosto desse tipo de livro, o primeiro foi " O Caso Rembrandt" e a partir dai li todos os livros que pude encontrar traduzidos no Brasil. Gosto muito e me tornei fã do autor, sigo inclusive n facebook. E irei continuar a ler, acho muito bom. Não vejo a hora de novos lançamentos. Abs.
Sílvia, eu acho que é destes autores que precisamos para convencer as pessoas a ler. Em Portugal, e no Brasil julgo que se passa o mesmo, muita gente se queixa que as pessoas não lêem. Mas quando aparecem livros como os de Daniel Silva, os críticos aparecem a acusarem-no de ser comercial. Eu penso que é precisamente deste tipo de escritores que nós precisamos. Se queremos convencer as pessoas a ler mais,talvez os melhores exemplos para elas começarem não sejam Machado de Assis ou Fernando Pessoa, mas sim escritores que usem linguagem e enredos simples e apelativos, como Daniel Silva
Concordo plenamente Manuel Cardoso. E como podemos criticar qdo vemos tantos erros na escrita e língua falada.
Eu mesmo iniciei minha leitura com livrinhos de Julia/ Sabrina e gibis..etc...Eram histórias de amor...etc...isso qdo menina.
Agora leio todo tipo de livro, gosto de ter esse tipo de variedade.
Abs.
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