Um homem sobe num elevador que se “esquece” de parar no andar correcto e ruma ao céu sem aviso nem propósito.
Dois frades enterram os seus irmãos, mortos de misteriosa maleita; um deles desaparece depois, no espaço. O frade sobrante, esse, será disputado por Deus e pelo Diabo.
No dia em que a mulher do funcionário Teles saiu de casa para escrever poemas, tudo lhe correu de forma trivialmente anormal: monstros em casa, luzes misteriosas e relâmpagos parados em cima do Tejo. Anormalidades banais!
Estes são três exemplos dos contos que compõem este livrinho fantástico. Contos do fantástico que é a vida. Contos de sonho ou pesadelo mas sempre reais.
E a pérola maior: o conto que dá titulo ao livro: uma horda de mouros invade Lisboa e vê-se rodeada de automóveis. Uns de espada em punho à procura de cristãos para degolar. Outros, impávidos perante a invasão. Cavalos, espadas e turbantes mouros misturam-se com automobilistas apressados. E nem a Polícia de Intervenção, nem os blindados do exército, conseguirão pôr termo à confusão.
E que sarilho seria se a deusa Clio não acordasse de repente para voltar a pôr tudo no seu devido tempo.
Este conto é uma fantástica alegoria da estupidez da guerra, da irracionalidade que os homens trazem ao mundo.
Foi o primeiro livro que li de Mário de Carvalho. E, por sinal, será o primeiro de muitos.
1 comentário:
Interessante demais!!!
Gostei da resenha e opinião!!!
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