Em matéria de livros, talvez eu não tenha paixão mais antiga
que a da literatura policial. Continuo fascinado por aquelas emoções, aquela
incerteza no desfecho.
Gosto de me sentir perdido naquelas pistas que o escritor
deixa, de forma quase sádica, espalhadas pela narrativa, umas vezes para nos
encorajar a procurar o verdadeiro criminoso, outras para nos despistar
completamente.
Neste estilo que me continua a empolgar, ainda não sei qual
o escritor que me fascina mais: Agatha Christie, George Simenon ou sir Arthur
Conan Doyle?
Na verdade, estamos a falar de três génios literários, o que
dificulta obviamente uma opção.
Christie é sofisticada, esmerada no pormenor, é quase a cientista
do livro policial;
Simenon tem uma dimensão psicológica notável; é o psicólogo
do crime; ele não se contenta com boas estórias; ele procura estória humanas,
que lhe permitam ir até às profundezas da alma humana, onde se encontram as
explicações para o comportamento criminoso.
Conan Doyle talvez seja o mais artístico, o mais criativo. Em
vida, foi amigo de Houdini, o que talvez o tenha ajudado a criar esta arte de
tornar credíveis as mais inacreditáveis situações. A sua ligação ao espiritismo
talvez tenha transmitido à sua obra aquele toque quase diria místico,
sobrenatural. Gótico, diriam alguns.
Neste momento estou a ler O Cão dos Baskerville, uma das
melhores obras de Doyle. Amanhã darei conta da minha opinião sobre o livro.
Imagem daqui.
8 comentários:
Um género que li imenso na minha juventude e que não leio há alguns bons anos! Mas atenção não deixei de gostar! Bem pelo contrário, para mim será sempre um género que garante boas leituras! ;)
Olá tons de azul
são leituras que divertem e nós às vezes levamos a literatura demasiado a sério.
Para mim, Agatha Christie é sem dúvida a grande mestre do policial, li todos os livros dela. E também os de Sherlock Holmes. Simenon li menos, mas concordo inteiramente com a tua opinião.
Nos mais recentes, o meu maior fascínio vai para Ruth Rendell, que segue parcialmente as pisadas. E também gosto de Patrícia Highsmith, embora essa siga um percurso diferente.
Em suma, tal como tu, os policiais são PAIXÃO! Imorredoura... :D
Também gosto de Highsmith mas coloca-o um degrauzinho abaixo. Opinião pessoal, é óbvio.
Simenon tem uma pequena pérola que é "O Homem que Via Passar os Combóios".
Ruth Rendell... pois... está na lista de espera :(
Que bom gosto! Aliás, quem disse que o policial não é literatura a sério?
Hammett é um dos grandes, Raymond Chandler também, para não falar do Simenon, claro, é um mestre...
Sofremos do mesmo mal! o género policial agrada-me mesmo muito, deixo-te duas sugestões que se provalmente até já terás lido. "Último acto em Lisboa" que mistura uma investigação policial, com um romance histórico e tb. "A Companhia de Estranhos" ambos de Robert Wilson, se não leste tenho a certeza que vais adorar!
Um abraço Manel.
Tens de ler "Uma aventura inquietante" de José Rodrigues Miguéis. Um policial português muito bom, Manuel!
Ah! E adorei esse do Simenon, "O Homem que Via Passar os Combóios". ;)
Falcão,
de facto tenho de ler Chandler... é uma falha minha.
Nuno
obrigado pela dica. Não conhecia esse autor. Já anotei.
tons de azul
esse livro do Simenon é mesmo uma beleza. Um policial poético, não é?
Enviar um comentário