A História Interminável é uma singular fantasia épica
com todos os requisitos do género: criaturas fantásticas, paisagens exóticas,
florestas sombrias, encantamentos, rituais de cavalaria, espadas e amuletos,
uma imperatriz Criança e tudo aquilo que possamos imaginar, visto que Fantasia
é o próprio mundo da Imaginação. Tudo começa quando Bastian descobre um
estranho livro numa não menos estranha livraria e se sente subitamente
compelido a roubá-lo como se algo de mágico o estivesse a arrastar para uma
perigosa aventura. Uma obra que passou ao grande ecrã como um filme de culto.
Comentário:
Esta é a principal obra deste escritor alemão que se dedicou
exclusivamente à literatura de fantasia, especialmente para crianças e jovens.
Trata-se de um livro publicado pela primeira vez em 1979 e que deu origem a um
filme de grande sucesso, com música do mítico Giorgio Moroder, na voz de
Limahl, o não menos mítico líder dos Kajagogoo, uma banda que marcou os nossos
saudosos anos 80.
A obra inicia-se com um belíssimo elogio da fantasia;
Bastian só gosta de livros de fantasia porque estes são os únicos que não
tentam convencer ninguém. Em grande parte, este livro é um hino à alegria de
viver, à procura da felicidade através da transposição das fronteiras comuns do
tempo e do espaço; é preciso saltar para lá do visível, procurar portas de
acesso a mundos sonhados. Mas é também um hino aos livros, único repositório
onde se pode guardar o sentido da vida.
Se é verdade que são nítidas as influências de Tolkien não
deixa se ser verdade que o enredo deste livro é riquíssimo. A imaginação do
autor é prodigiosa, a começar pela caracterização das personagens, as criaturas
fantásticas dessa terra imaginária chamada Fantasia.
Quando o nosso herói entra no livro, saindo do seu mundo
limitado de aluno medíocre e adolescente fracassado, embarcando na aventura
dentro da terra da Fantasia, ele encontra situações que só uma imaginação
prodigiosa poderia criar. É esta imaginação que confere ao livro um tom verdadeiramente
encantado, capaz de envolver crianças e adultos numa aventura fantástica e
inesquecível.
Depois de, na primeira fase do livro, depararmos com todo
este mundo encantador, a partir de certa altura o autor conduz-nos para algo
mais sério; é que Bastian Baltasar Bux não cederá às tentações do poder. E a
partir daí o autor leva-nos até assuntos bem mais sérios, como a natureza do
poder e todas as consequência que daí advêm. E para salvar os dois mundos, o da
Fantasia e o mundo dos homens, alguém terá de fazer a ponte o real e o sonhado.
Só com essa união os homens poderão ser felizes, assim como os fantásticos
seres de Fantasia.
Um pormenor interessante é o facto de em Fantasia não haver
Bem nem Mal. Tudo aí é necessário, e tal como o tempo e o espaço também o Bem e
o Mal são relativos…
6 comentários:
Olá Manuel!
Eis um livro que tenho na minha lista para comprar. Já me falaram muitas coisas boas a respeito :)
Tenho uma TAG para ti no meu blog.
Se quiseres passa por lá
Beijinhos e boas leituras
Lembro-me muito bem do filme que então gostei muito, hoje tenho preferências por outros géneros literários, mas tendo tendo em conta o que transpareceu da 7.ª arte, deve ser um grande livro no domínio do fantástico.
Decididamente este livro será a minha próxima aquisição. Por vários motivos, mas principalmente pela viagem ao mundo de fantasia infantil. A minha alma "grita" por esse escape e refugio de imaginação e fantasia.
A história interminável é o meu filme de referência infantil.
Apesar de não comentar frequentemente, sou seguidora fiel deste blog tão simpático e com o qual tanto me identifico.
Decididamente este livro será a minha próxima aquisição. Por vários motivos, mas principalmente pela viagem ao mundo de fantasia infantil. A minha alma "grita" por esse escape e refugio de imaginação e fantasia.
A história interminável é o meu filme de referência infantil.
Apesar de não comentar frequentemente, sou seguidora fiel deste blog tão simpático e com o qual tanto me identifico.
Vejo que gostaste desta história interminável. ;) É surpreendente a imaginação do autor, não é? :)
Obrigado, Ana Margarida, pelatua simpatia. Beijinhos
Tonsdeazul,é verdade; essa imaginação embala-nos numa espécie de sonho que nem os episódios mais violentos conseguem perturbar.
E depois há ali uma delicadeza, um tom de sonho, um tom de azul, digamos :)
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