. O que um escritor nos dá não são livros. O que ele nos dá, por via da escrita, é um mundo. Mia Couto
sábado, 24 de dezembro de 2011
domingo, 18 de dezembro de 2011
TERTÚLIA na nova Bertrand de Braga
Foi engraçado. Muito bom mesmo. Gostava de fazer aqui um resumo mas acreditem que dava uma trabalheira danada. Porquê? Porque foram duas horas de animada cavaqueira em que se falou de mil e uma coisas relacionadas com livros, blogues, escritores, leitores, enfim, uma conversa onde houve de tudo e onde não faltou a má-língua!
Deixo aqui três bonecos da autoria da mãe da Ana Nunes. Ficamos, desde já, à espera da próxima.
sexta-feira, 16 de dezembro de 2011
O Príncipe da Neblina - Carlos Ruiz Zafón
O Príncipe da Neblina é uma obra despretensiosa, escrita por
Zafón no início da sua carreira literária. Tem interesse pelo conhecimento que
nos possibilita das primeiras experiencias literárias deste grande escritor
espanhol mas não tem uma qualidade literária (nem de perto nem de longe)
comparável aos seus grandes livros.
Trata-se de uma estória fantástica, com enredo obscuro e misterioso,
digno de um filme de terror. O herói, Max, é um jovem que se propõe desvendar
um mistério em torno de um ser sinistro que parece habitar a mesma ilha onde se
radicou a família de Max. O seu amigo Roland é o alvo do maléfico Príncipe da
Neblina. Cabe a Max e sua irmã ajudarem o pobre Roland.
O enredo, muito previsível, tem o dom de não nos cobrar um
grande esforço. É daqueles livros que constitui um pequeno passeio para a
mente. Por outras palavras, é um livro tão agradável que será certamente um
alvo magnífico para os ataques cerrados dos críticos literários.
quarta-feira, 14 de dezembro de 2011
Lendo O Príncipe da Neblina, de Carlos Ruiz Zafón
Reverte e Zafón: dois escritores espanhóis. Embora a obra de
Reverte seja bem mais profícua e mais completa, o certo é que ambos são consagrados.
Em comum têm um estilo baseado na emoção e na criatividade. Os valores são, em
ambos, os da alma espanhola: os da honra e do sangue. Mas Zafón e Reverte têm
algo mais em comum: começaram a ter sucesso nos inícios da década de 90. Se A
Sombra da Águia foi um marco na fase inicial de Reverte, O Príncipe da Neblina (escrito em 1993 e só agora (!!!) publicado em Portugal) desempenhou esse papel na obra de Zafón.
Encetei a leitura deste livro, portanto, pela mesma razão
que li A Sombra da Águia: para mergulhar nos primórdios da carreira do
escritor.
Não espero, obviamente, deste livro, a genialidade de A
Sombra do Vento ou de O Jogo do Anjo. Mas a arte e o talento de Zafón estarão aqui
já patentes. Espero eu…
Imagem daqui-
terça-feira, 13 de dezembro de 2011
A Sombra da Águia - Arturo Perez-Reverte
Ler Arturo Perez-Reverte é sempre uma experiência muito
gratificante, para quem gosta de suspense e de aventuras. E muito mais gratificante
é tratando-se de um dos primeiros romances do escritor espanhol, naquela fase
mais “ingénua”, mais pura, dos seus escritos em torno dos seus temas favoritos:
a guerra, a honra e a coragem.
Nesta obra, Reverte conta-nos uma história curiosíssima: um
grupo de soldados, voluntários e em grande parte mercenários espanhóis
alistam-se no exército de Napoleão. A sua ambição é ganhar “algum”, porque
fidelidade à causa, isso é coisa que não existe nestes castelhanos que odeiam
Napoleão, ao ponto de se referirem a ele de forma sempre depreciativa.
Na Rússia, o exército francês encontra-se às portas de
Moscovo. A situação é a mesma que serve de pano de fundo a uma grande parte da
obra de Tolstoi, Guerra e Paz. Os exércitos de Napoleão conseguem conquistar
Moscovo mas é uma vitória apenas aparente; a partir daí, inicia-se a grande
ofensiva russa e Napoleão começa a perder a guerra.
Verificando esta realidade, o contingente espanhol decide
desertar. Começam a dirigir-se para o exército russo, a fim de se entregar ao
inimigo mas Napoleão entende tudo ao contrário, convencendo-se que os espanhóis
estão a empreender uma brava ofensiva sobre os russos.
O enredo torna-se assim hilariante, com os mal-entendidos
dos franceses e a forma absurda como os espanhóis não conseguem exercer a sua
cobardia, confundidos com heróis que nem eles queriam ser.
Trata-se, portanto, de um livro sem grande fôlego literário,
ao contrário de outras obras, verdadeiramente magistrais deste escritor, mas
que se lê com imenso agrado, tão emocionante e divertido é o enredo. Sem
dúvida, um dos livros mais bem dispostos que li nos últimos tempos.
domingo, 11 de dezembro de 2011
Lendo A Sombra da Águia, de Arturo Perez-Reverte
Escrito em 1993, só foi publicado em Portugal, pela Porto
Editora, em 2009. No entanto, este é um livro fundamental para compreender a
carreira literária deste que é, talvez, o melhor escritor espanhol da
actualidade.
De facto, Perez-Reverte tem um percurso curioso: talvez
devido à sua formação profissional, Reverte iniciou a carreira literária com
alguns livros notáveis pela emoção e pela imaginação com que criava aventuras e
episódios bélicos, como em Limpeza de Sangue ou os seis livros da série Capitão
Alatriste. Pouco tempo depois atingiu o seu auge naquela que é, para mim, a sua
obra-prima: o Clube Dumas.
Mais tarde Reverte inicia um desvio na sua linha criativa,
tornando-se um autor mais reflexivo, mais interior, menos espectacular. É o
período de O Pintor de Batalhas. Eu, pessoalmente, prefiro esta época ingénua e
inicial, mais divertida e descontraída, com o se encontra neste divertido A Sombra
da Águia, em que um batalhão de soldados espanhóis ao serviço de Napoleão na
Rússia, tenta desertar mas Napoleão confunde a fuga dos espanhóis traidores com
um ataque heróico e manda um destacamento para ajudar os bravos heróis
espanhóis.
sábado, 10 de dezembro de 2011
Qual o traço distintivo da genialidade? Parte III
Em posts anteriores defini como tipos de escritores (a) aqueles
que fundam as suas estórias na imaginação, construindo enredos que prendem o
leitor pela criatividade e (b) aqueles que se debruçam sobra a natureza do ser
humano na sua dimensão individual.
Penso que um terceiro tipo de escritores de ficção pode
completar esta espécie de tipologia: (c)aqueles que se debruçam sobre o homem
na sua dimensão colectiva. Refiro-me aos romances históricos e a todos os
livros que abordam a dimensão histórica, social ou política da humanidade.
Neste tipo tenho de destacar, como paradigmas máximos,
Umberto Eco e Franz Kafka.
Umberto Eco, com romances históricos monumentais, como
Baudolino, O Cemitério de Praga e, principalmente, O Nome da Rosa é, na minha
opinião, o maior mestre deste género.
Quanto a Franz Kafka foi, a meu ver, quem melhor soube
entender a submissão do ser humano à autêntica tirania do social. Em O Processo
o homem é tiranizado pela burocracia; em O Castelo e A Metamorfose pelo social;
em A Grande Muralha da China pelo poder político.
A submissão do homem às super-estruturas sociais e políticas
é também superiormente abordada pelos grandes existencialistas franceses como
Simone de Beauvoir e Albert Camus, com destaque, a meu ver, para essa
obra-prima que é O Estrangeiro. Fora do ambiente existencialista destacaria ainda
uma obra fabulosa, de Celine, Viagem ao Fim da Noite.
Em Portugal, este género é superiormente representado por
José Saramago.
Devo dizer que tenho uma especial predilecção por estes
escritores uma vez que, regra geral a sua escrita é muito interventiva
relativamente aos poderes instituídos e às desigualdades que, infelizmente, são
apanágio das sociedades humanas.
No entanto, os mestres dos mestres, aqueles que superaram os
maiores, são os que pertencem a um quarto grupo, que definirei no próximo
texto.
sexta-feira, 9 de dezembro de 2011
O Braço Esquerdo de Deus - Paul Hoffman
Algures num contexto medieval, entre brumas negras de
mistério e terror, um castelo tenebroso onde vivem umas dezenas de clérigos
loucos que escravizam umas centenas de pobres criancinhas. Os rapazes,
esfomeados e esfarrapados, são maltratados brutalmente pelos clérigos (os
Redentores) que os preparam para uma misteriosa guerra. Comem uma coisa
horrível a que chamam pés-de-morto. São espancados brutalmente todos os dias e
por qualquer motivo. Cale é uma dessas crianças e uma qualquer justificação que o leitor
não conhece de início faz com que Cale seja ainda mais maltratado que os
outros.
O livro avança e o horror acentua-se. Descobre-se que alguns Redentores cometem crimes horríveis com... raparigas!
Chega-se a um ponto em que o leitor imagina o escritor aflito porque já
não tem mais adjectivos para qualificar a desgraça de Cale e daquelas pobres criancinhas. Thomas Cale já era o mais
desgraçado que se podia imaginar e o leitor já sorri de tanta desgraça
acumulada.
Tudo neste livro é negro e tenebroso: desde as vestes pretas
dos Redentores, até ao pensamento das crianças. Ali não há esperança nem
redenção. Não há um raio de sol ou de vida. Tudo o que Paul Hoffman nos
oferece é um quadro horrível, uma pintura de Bosh mas sem qualquer genialidade;
apenas o Mal na sua expressão máxima.
Um dia Cale foge e é admitido por uma outra comunidade que,
vem a saber-se depois, são os donos de um grande império, os Materazzi. Estes
são menos brutais que os Redentores. E haverá uma guerra entre Materazzi e
Redentores. Só no final se saberá que Cale estava no centro do conflito. A
verdade revelada nas últimas páginas era para ser terrível não se desse o caso de
se tornar óbvia para o leitor ao longo da leitura, até porque o título do livro
já revela metade do mistério. Mas creio que Hoffman não previu isso e para um
leitor atento, o final soa como banal e previsivelmente absurdo. O leitor já
esperava esse limite entre a fantasia e o absurdo, que este tipo de literatura
muitas vezes ultrapassa.
Devo dizer que não é uma leitura desagradável; lê-se com
fluidez, num estilo simples e concreto, sem grandes considerações filosóficas,
sem muitas descrições inúteis, com um apreciável ritmo narrativo. O problema
deste livro é que não traz nada de novo. Num género em que a imaginação é
fundamental, Hoffman refugia-se em clichés, em lugares comuns próprios do
género e não sai daí.
Fez sucesso e vendeu muito. Era isso que se pretendia. Mas
mais nada que isso.
quinta-feira, 8 de dezembro de 2011
Qual o traço distintivo da genialidade? Parte II
Ontem referi-me aqui àqueles escritores que baseiam a sua
genialidade na imaginação.
Hoje quero referir-me a outro tipo de escritores: aqueles
cujo talento se baseia na capacidade de retratar o ser humano na sua
individualidade; na sua alma e no seu intelecto; nas emoções e sentimentos.
Conhecer interiormente o ser humano, compreender os nossos comportamentos em
todas as suas dimensões, explicar os nossos sofrimentos e alegrias, os nossos
desejos e anseios mais profundos, são talvez tarefas quiméricas. Mas na
literatura como na vida, as quimeras são os faróis que iluminam as auto
estradas do comportamento humano.
E da imensa mole de escritores que se aproximaram dessas
quimeras e nos deram visões absolutamente geniais da alma humana, destaco aqui
alguns que me ficaram na memória como génios intemporais:
Fiodor Dostoievski foi talvez o escritor que melhor conheceu
e compreendeu o ser humano em todas as suas dimensões. Ninguém como ele
compreendeu a loucura “normal” de O Idiota, a mente criminosa e o remorso em
Crime e Castigo, o ser religioso e o misticismo em Os Irmãos Karamazov.
Alguns escritores germanófilos são especialmente dotados
deste talento especial para a interioridade: por exemplo Herman Hesse, nessas
obras-primas que são Sidartha e O Lobo das Estepes, Gunter Grass no monumental
O Tambor.
Num domínio um pouco mais abstracto, talvez mais artístico
destaco o imortal William Faulkner.
Na literatura portuguesa não posso deixar de destacar
António Lobo Antunes; ele é talvez o escritor luso que melhor conhece a alma
humana.
quarta-feira, 7 de dezembro de 2011
Qual o traço da genialidade? Parte I
A mini-polémica que já se gerou neste blogue em torno da
eventual qualidade literária de O Braço Esquerdo de Deus levou-me a pensar
nisto: qual será a característica fundamental de um grande escritor? Qual será
a marca distintiva de um génio literário?
Depois de uma breve reflexão identifiquei TRÊS traços que
julgo caracterizar esses génios. Melhor ainda: estou convencido que os grandes
escritores se podem encaixar em QUATRO categorias: três grupos que equivalem a
essas três dimensões e os génios supremos que eu julgo serem os que aliam essas
três dimensões.
Hoje ficarei pela primeira dimensão: os escritores cujo
talento de baseia na IMAGINAÇÃO.
Se Paul Hoffman fosse um grande escritor, pertenceria a esta
categoria. Mas não é. Na minha opinião, obviamente.
A imaginação fértil de alguns escritores permite-lhes contar
estórias que nos encantam; eles fazem da criação a sua arma. Inventam situações
e desfechos que nos deixam maravilhados.
Alguns dos exemplos mais brilhantes que recordo assim de
repente:
Dan Brown, pelo
menos em Anjos e Demónios; Arturo Perez-Reverte,
principalmente na primeira fase da sua carreira, em que nos maravilhou, por
exemplo, com as aventuras do Capitão Alatriste; o também espanhol Carlos Ruiz Zafón, com centenas de
páginas de pura criatividade; estes são verdadeiros artistas da imaginação. Na literatura
sul-americana há vários exemplos destes génios da imaginação, como o
verdadeiramente fantástico Gabriel
Garcia Marquez, mas também Isabel
Allende e Luís Sepúlveda.
Gostava de destacar, um pouco acima de todos estes, dois
enormes contadores de histórias: Paul
Auster e Haruki Murakami. No entanto,
a genialidade destes já os aproxima das categorias seguintes e já os coloca bem
perto da categoria dos génios supremos.
terça-feira, 6 de dezembro de 2011
Um desabafo de Abraão Forjaz
O livro do post de ontem, O Braço Esquerdo de Deus, faz-me
lembrar esta questão: o proprietário deste blogue, convencido da sua superior sabedoria,
escreveu aqui há tempo que a minha pessoa devia escrever mais. Bem, é uma
opinião… e opiniões cada um tem a sua. A minha é bem diferente! Não falta por
aí quem escreva e se uns podem eventualmente pecar por defeito, eu não quero
pecar por excesso como esses escrivães de encomenda.
Há por aí tanto escriba que devia estar quietinho à lareira,
com uma mantinha em cima dos joelhos! Na verdade, estou a ser injusto. A
maioria das pessoas escreve para ganhar a vida. Ou para se encher de dinheiro
como os burros se enchem de moscas!
Aqui chegados no nosso raciocínio atingimos o coração do
problema: uns escrevem demais e outros escrevem de menos porque as pessoas
escrevem mais ou menos conforme as suas motivações: se eu escrevesse por
dinheiro, como fazem uns senhores que eu conheço, pois certamente, o atrevido proprietário
deste blogue teria aqui quilómetros de epístolas bem condimentadas com figuras
de estilo e até apetitosas polémicas.
Indo directamente ao assunto: esses escritores de fachada,
que fabricam estórias de fantasia ao quilómetro, são os artistas pimba da literatura;
escrevem para vender e o incauto leitor, talvez iludido por estórias da
carochinha que o fazem adormecer, lá se deixa levar.
Mas não se pense que sou assim tão dogmático: afinal de
contas, se os Paul Hoffman’s querem vender e se o povo quer estórias de
embalar, então está tudo muito bem e isto não passa de um desabafo de leitor
vencido pelo preconceito…
segunda-feira, 5 de dezembro de 2011
Lendo O Braço Esquerdo de Deus
Tenham medo... tenham muito medo!!!!
Vocês acham que há homens maus?
Em O Braço Esquerdo de Deus eles são piores!
Vocês acham que já leram coisas insanas sobre o sofrimento humano?
Em O Braço Esquerdo de Deus há pior!
Vocês já leram livros de terror?
Em O Braço Esquerdo de Deus tudo é AINDA mais aterrorizador!
Portanto, tenham muito medo!
Aqui fica a minha terrível ameaça:
Dentro de dias, aqui no blogue, a minha opinião completa sobre este livro MEDONHO!
Vocês acham que há homens maus?
Em O Braço Esquerdo de Deus eles são piores!
Vocês acham que já leram coisas insanas sobre o sofrimento humano?
Em O Braço Esquerdo de Deus há pior!
Vocês já leram livros de terror?
Em O Braço Esquerdo de Deus tudo é AINDA mais aterrorizador!
Portanto, tenham muito medo!
Aqui fica a minha terrível ameaça:
Dentro de dias, aqui no blogue, a minha opinião completa sobre este livro MEDONHO!
sábado, 3 de dezembro de 2011
A Melhor Leitura de Novembro: O Conde de Abranhos
A minha melhor leitura no mês de novembro foi sem dúvida o Conde de Abranhos, de Eça de Queirós.
Trata-se de um livro genial, em que a crítica social e política vem embrulhada num invólucro de humor que a pena de Eça tão bem sabe transmitir ao leitor.
Trata-se, acima de tudo, de um livro com uma mensagem muito actual, numa época, a nosso, marcada (tal como a de Eça de Queirós) pela incompetência da classe política. E ontem como hoje, é essa incompetência que determina a injustiça daquilo a que chamamos "CRISE".
Eles, os políticos fazem as crises; ou seja, governam-se. Os comuns dos mortais, esses pagam. Pelo meio, vamos rindo...
Trata-se de um livro genial, em que a crítica social e política vem embrulhada num invólucro de humor que a pena de Eça tão bem sabe transmitir ao leitor.
Trata-se, acima de tudo, de um livro com uma mensagem muito actual, numa época, a nosso, marcada (tal como a de Eça de Queirós) pela incompetência da classe política. E ontem como hoje, é essa incompetência que determina a injustiça daquilo a que chamamos "CRISE".
Eles, os políticos fazem as crises; ou seja, governam-se. Os comuns dos mortais, esses pagam. Pelo meio, vamos rindo...
sexta-feira, 2 de dezembro de 2011
O texto vencedor
Aqui fica o poema vencedor do Passatempo:
D. Dinis em que todos os livros de história
aparece
Que todos conhecem dos bancos da escola
Que foi o sexto a ter Portugal nas mãos
Que é sempre representado com severa fisionomia
Aquele que com a Santa casou
Em soberba festa
A que dos pães fez rosas
Espinhosa transformação
Foi aquele que a universidade mandou abrir
E que ainda lá está
Para sempre em pedra imortalizado
Quem sabe se pelo que vê não andará deprimido
Foi aquele que poemas legou
Que as dores do coração pôs em verso
O maior dos travadores
Que cantou o amor e o escárnio
Foi aquele que dizem que se escapava
“Ide vê-las senhor” dizia Isabel
Notava-se logo que ia para santa com tal
paciência
Dizem que era para os lados de Odivelas que se
perdia
Foi aquele a quem chamaram lavrador
Não foi por pegar na enxada
Ou se calhar até pegou sabemos lá nós
E ao pinhal de Leiria ficou para sempre ligado
Mas para lá dos factos tanto se esconde
O que será que oculta a sua fisionomia severa de
monarca?
Será que as damas mesmo visitava em Odivelas?
Longo reinado, quantos desgostos?
Afinal tantos factos, tantas datas…que sabemos
nós
Dos homens que nos governaram outrora?
Sara Fernanda Barros Paredes
Agualva-Cacém
Resultado do Passatempo D. Dinis
E a vencedora do passatempo D. Dinis é:
Sara Fernanda Barros Paredes
Agualva-Cacém
A vencedora irá receber um exemplar da obra de Cristina Torrão, autografado pela autora.
PARABÉNS
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