“Porque é que tens de pedir emprestado o martelo do vizinho
se podes usar o teu” ou “porque tens de ir comprar um martelo se tens o teu na
arrecadação” podem ser exemplos da moral a extrair deste livro. O pastor
Santiago cansa-se da monotonia dos campos andaluzes e decide ir à procura do
seu sonho, da sua Lenda Pessoal. Depois de consultar uma cigana e o "rei de Salém" identifica o seu tesouro pessoal junto das pirâmides do Egito. Para lá chegar,
Santiago percorre o norte de África vivendo aventuras fabulosas. No final
descobre que o tal tesouro estava na sua Andaluzia, bem debaixo do seu nariz.
Que me perdoem os fanáticos da autoajuda, mas eu não gostei
deste livro. (Ops, eu próprio sou um fanático da autoajuda, ou melhor, de livros
a que chamam “autoajuda”). Mas, como já escrevi várias vezes, não gosto de colocar
etiquetas nos livros; não se trata aqui de desvalorizar ou desprezar um determinado
estilo; trata-se apenas de dizer que, na minha opinião, este livro tem um enredo
previsível e banal. É um daqueles livros em dos quais se pode dizer que “não se
aprende nada” com a leitura. Bem, temos de relativizar isto porque O Alquimista
foi escrito em 1988 e terá influenciado dezenas de livros posteriores, a
maioria deles escritos por… Paulo Coelho.
Um outro motivo que me leva a relativizar a crítica a Paulo
Coelho é o facto de a sua leitura ajudar, de facto, tanta gente. Se as pessoas
se sentem bem lendo estes livros, se houve alguém que passou a viver melhor, se
houve alguém que aliviou o seu sofrimento lendo Paulo Coelho, então já vale a pensa
que os seus livros sejam divulgados.
Pessoalmente, penso que os livros de Augusto Cury são mais
interessantes; talvez a escrita de Cury não seja tão poética como a de Coelho
mas é seguramente muito mais rica.