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segunda-feira, 2 de maio de 2016

A Ilha das Vozes - Robert Louis Stevenson



Comentário:
Robert Louis Stevenson foi, antes de ser escritor, um grande aventureiro. Viveu muitos anos nas ilhas do Pacífico, ao que consta por motivos de saúde. O certo é que na escrita de Stevenson se nota um verdadeiro encantamento pelas ilhas e pelos seus mistérios. O seu livro maior, que qualquer amante dos livros conhece, é A Ilha do Tesouro, que fez dele um dos escritores mais famosos de sempre ao nível da literatura de aventuras e mistério.
Stevenson viveu no século XIX, tendo falecido em 1894, pelo que se pode incluir entre os grandes pioneiros da grande literatura europeia de ficção. 
Esta velhinha edição Cotovia (1988) inclui três contos, tendo como denominador comum um enredo que se desenvolve em ilhas fantásticas. O primeiro conto dá título à obra, A Ilha das Vozes, o segundo, que é o mais longo, intitula-se A Praia de Falesá e o último dá pelo título de O Diabrete da Garrafa. O primeiro conto é sem dúvida o mais estruturado, mais bem conseguido pela imaginação, pela criatividade e pelo inesperado das situações. Digamos que este conto está a meio caminho entre a literatura de aventuras e a ficção de terror. Situações tenebrosas, episódios destinados a assustar os leitores mais incautos mas, acima de tudo, a mais pura prosa de aventuras. 
O segundo conto é um longo exercício de criatividade cheio de aventura e suspense. O que mais nos surpreende neste conto é a criatividade imensa do autor; ficamos a perguntar a nós próprios onde é que Stevenson foi buscar tantas e tão estranhas ideias.
O terceiro conto é dos mais divertidos que li até hoje. Trata-se da estória incrível de uma garrafa com um génio dentro, um diabrete, que podia fazer a fortuna e a felicidade de quem possuísse a dita garrafa mas, ao mesmo tempo, obrigava o proprietário a vendê-la; se não encontrasse comprador as consequências podiam ser terríveis; como se imagina isto levava a situações verdadeiramente rocambolescas.
Em suma, ler Stevenson é uma verdadeira diversão, capaz de nos levar de volta à juventude.

sábado, 27 de julho de 2013

A Flecha Negra - Robert Louis Stevenson


Sinopse:
O temerário mas inexperiente Richard Shelton, que em nome da justiça e da lealdade se lança até no mais desigual dos combates, é o herói desta aventura. A ação de “A Flecha Negra”, a obra de Robert Louis Stevenson que começou por ser publicada em folhetim em 1883, decorre nos primeiros anos da Guerra das Duas Rosas, um conflito pelo domínio territorial e pela sucessão ao trono que colocou em confronto as casas inglesas de York e Lancaster. Uma guerra, em pleno século XV, feita de frágeis e pouco duradouras alianças entre as mais influentes famílias do país. 

Comentário:
Mais do que uma intensa e apaixonante aventura, este livro é um testemunho histórico muito fiel e cheio de beleza; daquele encanto que só o mundo medieval, carregado de heroísmo, pode trazer. Estamos perante mais uma obra representativa do período romântico da literatura britânica, da primeira metade do século XIX e que hoje se junta àquele estranho conjunto de livros a que o vulgo chama “literatura infanto-juvenil”. Pronto, confesso que embirrei com isto! Porquê “infanto-juvenil”? Desde quando estes romances apaixonantes, cheios de mistério e ação, se destinam apenas ou preferencialmente aos jovens? Isto, meus amigos, é literatura para todas as idades!
Dizia eu que este livro é um testemunho histórico apaixonante. A ação decorre na fase final da Idade Média, quando a Grã-Bretanha se encontra mergulhada num duplo conflito: a nível externo, a Guerra dos Cem Anos, que colocou frente a frente a França, com os seus aliados, e a Inglaterra, também com os seus aliados, entre os quais Portugal. Este conflito que, na verdade, durou mais de 130 anos, transformou os franceses em inimigos eternos e, no livro, eles são uma espécie de fantasmas que ameaçam constantemente as costas inglesas.
Mas há o não menos terrível conflito interno: a famosa Guerra das Rosas, entre as duas maiores casas nobres de Inglaterra: a de Iorque e a Casa de Lencastre, de onde haveria de provir a nossa famosa rainha D. Filipa.
Em Inglaterra, se não nos batemos por um lado, temos de nos bater pelo outro”, lamentava-se o herói deste livro, o jovem cavaleiro Richard Shelton (Dick). Era esta a dura realidade de um reino dividido numa guerra fratricida entre as duas casas, representadas pela rosa vermelha de Iorque e a rosa branca de Lencaster. Desta forma, cada cidadão inglês vivia rodeado de inimigos e o seu objetivo número um era sobreviver; neste contexto, a Inglaterra tornara-se um verdadeiro covil de ladrões e um mundo de esfomeados e desesperados. E a sobrevivência só era possível tomando partido por um dos lados. É por isso que neste livro não há bons nem maus. 
Este foi o terreno fértil para o mítico Robin dos Bosques e foi-o também para os justiceiros deste livro, os homens da flecha negra, com que marcavam cada ataque aos privilegiados daquele tempo.

Trata-se de um belo romances de aventuras, um livro marcante deste género literário, indispensável a quem gosta de aliar a história à literatura.