terça-feira, 13 de agosto de 2013

Levezinhos mas geniais - o meu TOP 15



C., um amigo deste blog, colocou uma questão muito interessante no comentário ao meu tópico anterior:
"Pode um livro levezinho ser um bom, um ótimo livro?"
Vinha isto a propósito da sondagem sobre o tipo de livro preferido para férias.
Como achei a pergunta muito interessante e pertinente, resolvi dar a resposta neste novo tópico.
Obviamente, acho que sim. E justifico a resposta com o meu top 15 feito à pressa de livros que acho levezinhos e, ao mesmo tempo, livros muito bons.
Passemos então à contagem decrescente:

No 15º lugar, uma obra que passou quase desapercebida em Portugal mas que constitui um thriller excecional, cheio de emoção, no estilo Dan Brown mas bem escrito:
- O Último Catão, de Matilde Asensi

Em 14º, um autor acusado de ser demasiado “levezinho” mas que, na verdade, agarra os leitores com uma arte excecional:
- A Sombra do Vento - Ruiz Zafón

O 13º é um clássico da literatura juvenil; um livro encantador; um livro mágico:
- Ivanhoe, de Sir Walter Scott

No meu 12º posto um clássico da literatura erótica. Só não está nos primeiros lugares desta lista porque é dos menos “levezinhos” mas é um excelente livro:
- O Amante de Lady Chatterley, de D. H. Lawrence

Em 11º lugar, mais um clássico da literatura classificada habitualmente (embora de forma errada, a meu ver) como infanto-juvenil. É um livro cheio de emoção e de intrigas palacianas. E também amor e humor:
- Os Três Mosqueteiros de Alexandre Dumas

No 10º lugar uma pérola africana de língua portuguesa, onde se conjuga o humor dos meninos da rua com a magia e o perfume de Angola:
- Bom Dia Camaradas, de Ondjaki

Em 9º lugar uma comédia intemporal sobre a política portuguesa. Uma sátira que hoje faz todo o sentido, mesmo cento e tal anos depois de ter sido escrita:
- O Conde de Abranhos, de Eça de Queirós

O oitavo classificado é um livro denso e intenso mas que se lê muito bem. Recordo-me de ter devorado aquelas mais de 700 páginas em 3 dias, tal a forma emocionante como o enredo é exposto:
- A História Secreta, de Donna Tartt                       

Em sétimo lugar um livro que li aos 47 anos mas devia ter lido aos 14. Mas que se deve ler em qualquer idade e de preferência mais que uma vez. É o emocionante e divertido:
- O Conde de Monte-Cristo de Alexandre Dumas

Os livros que coloco em 6º e 5º (a ordem não interessa), são dois dos livros mais hilariantes que li até hoje. São dois clássicos da mais pura comédia. Dois livros para ler e rir até cair para o lado, sobre um cobarde que chegou a herói do exército britânico.
- Flashman, a Odisseia de um Cobarde e Royal Flash, A Odisseia de um Cobarde, de George Mac Donald Fraser 
(continuo à espera do 3º volume da saga do cobarde).

Em 4º lugar, uma comédia romântica deliciosa, leve, divertida. Com o traço de génio de um dos maiores homens do século XX, o enorme Garcia Marquez.
- Gabriel Garcia Marquez - O Amor nos Tempos de Cólera

O meu terceiro classificado, medalha de bronze, é verdadeiramente um livro mágico. Com raízes bem seguras na tradição da magia céltica, é um livro fantástico antes da moda do fantástico. Um livro maravilhoso.
- Jonathan Srange & o Sr. Norrell, de Susanna Clarke

Em 2º Lugar, um livro lindíssimo para quem gosta de uma bela história de amor. Um livro cheio de sensibilidade, escrito numa linguagem “fotográfica”, intenso, quente, lindo…
- As Pontes de Madison County, de Robert James Waller.

E em primeiro lugar, o rato mais espetacular de toda a história da literatura no período pós-Mickey. Ele é o sensacional rato de biblioteca, filho de uma mãe rata bêbada, o mais novo de uma ninhada de 12 que haveria de passar a vida nas estantes de uma biblioteca. Este é o verdadeiro rato de biblioteca, o rato que devorava livros. Literalmente. Ele é o grande:

- Firmin, de Sam Savage

10 comentários:

Teresa Diniz disse...

Concordo com quase tudo. O Firmin é também dos meus prediletos, embora provavelmente não o pusesse em primeiro lugar. Quantos aos que ainda não li, ficam em lista de espera, porque confio muito nas tuas opiniões. :)

Unknown disse...

Gostei muito do seu top 15. Gosto muito de ver a relação dos demais leitores pois pego muitas dicas.

Parabéns pelo blog, vou seguir para visitar. Abraços

reaprendendoaartedaleitura.blogspot.com.br

Denise disse...

Olá Manuel! :)

Gostei tanto da lista e da ideia que acabei, também, por criar uma lista de livros que considero mais "leves" mas igualmente bons, muito interessantes.
Passa por lá! :)

Boas leituras!

PT disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
C. disse...

ena, isso é que é uma resposta para eu desconstruir o meu conceito de levezinho :P

a minha questão não foi de todo inocente, como deves ter pensado, isto porque uma discussão que tenho tido com algumas pessoas é exactamente a de livros que levam a problematizar determinadas questões VS livros-entretenimento, à falta de melhor designação.

ora, o conceito levezinho acaba por ser subjectivo, por exemplo a Denise faz essa ressalva ao apresentar a sua lista (by the way concordo com a "Trégua" - eu enquadraria uns quantos hispânicos no ligeiro, mas bom :D), estando também dependente da n/ bagagem como leitores. Aliás, alguns dos títulos que apresentas poderão ser um desafio para muitos leitores. concordo com "A Sombra do Vento" é o livro mais transversal/democrático que conheço, foi feito pelos leitores e não por operações de marketing; Gabo, acho que se excluirmos o "Cem Anos" tem um tipo de narrativa fluida, simples, "O Amante de Lady Chatterley"- com este é que me apanhaste, não o considero leve, independentemente da escrita, logo leitura fluir muito bem, tem várias questões inerentes, lembro-me da análise social, mesmo o processo de industrialização também está por lá, e depois tudo isto anda à volta do couteiro e da lady e dos seus encontros...

Engraçado tenho uma dificuldade tremenda em elaborar uma lista de levezinhos (se bem que neste momento as minhas leituras dos últimos 3 meses têm sido assombradas pelo "O Homem sem Qualidades"-li-o e nestes últimos tempos tudo o que leio me parece "just OK")

não que me incomode muito, mas o meu género é outro "A" C. :P

Boas Leituras :D

Denise disse...

:)
É de facto uma questão muito subjectiva...
C., penso que sobretudo um livro leve será aquele em a escrita é fluida, a leitura acontece sem grande esforço, sem grande investimento, numa história cujo enredo é pouco trabalhado. Até porque, na minha opinião, independentemente de ser leve, deverá conter algo que permaneça pois caso contrário não é um livro leve, é um livro mau :P

Obrigada primeiramente a ti, que inspiraste o Manuel! :P

Unknown disse...

Olá
Em primeirolugar, caríssimA C.,omeu pedido de desculpas pelo lapso. Acredita que não costumo enganar-me no género :) Foi mesmo uma distração lamentável...
Mas esta discussão está interessantissima. As conversas sobre livros são mesmo assim: desvia-se a pedra, sai minhoca, revolve-se a terra saem meia dúia de minhocas; tira-se um pedaço de terra saem minhocas por todos os lados. Ou, para ser mais direto, as conversas são como as cerejas.
E isto prova definitivamente porque é que a literatura é uma arte: porque reina sempre a subjetividade; a verdade individual e soberana :)
Para mim, digamos que há 4 patamares de livros (não em termos de qualidade porque isso é ainda mais subjetivo):
- clássicos e afins, os tais mais reflexivos, que exigem do leitor uma atenção mais aprofundada e que têm o condão de não se esgotar nas páginas propriamente ditas; ou seja, que nos põem a pensar...
- Os livros levezinhos são aqueles que, tendo algo a dizer, não exigem grandes reflexões nem envolvem aquela linguagem simbólica que nos transporta para outras dimensões, para além da narrativa.
- A literatura "light", simplesmente narrativa, que pode incidir sobre o "cor de rosa", a comédia por si só, sem grandes ambições, o erótico vulgar, e, enfim, a chamada "estória da carochinha".
- A literatura lixo que, sendo um conceito também muito subjetivo, nem vou tentar caraterizar.
Obviamente, não levei em conta estes dois últimos patamares porque, em regra, tento evitar esses livros.
Portanto, é natural que no meu conceito de "levezinho" estejam alguns livros que podem ser considerados "pesadinhos" se deles quisermos torar grandes ilações. Tudo depende muito, também, da forma como os lemos e de como enquadramos as suas mensagens nas nossas vidas.
Basicamente,para tentar sintetizar, talveza eu faça uma certa distinção entre o que chamei "levezinho" (livro com qualidade, com um sentido bem definido, sem se restringir ao óbvio e linear) e o "light" (simplesmente narrativo, em que ler não implica deduzir, refletir ou extrapolar).
Mas tudo isto é muito bonito porque tudo isto é tão subjetivo!
É por isso que adoro a literatura de ficção!

pedro aguiã disse...

A esta lista só acrescentaria um livro: "Até ao fim da terra" de David Grossman.
A lista está muito bem elaborada. Contudo, ainda só li o "Amor em tempos de cólera". Tenho para ler "A história secreta";"A sombra do vento" e "O amante de Lady Chatterly". Todos estes livros serão leituras breves, penso eu :)

Unknown disse...

Leituras breves não sei se são, Pedro. São livros de tamanho considerável, principalmente a História Secreta

Anónimo disse...

Boa noite, o meu nome é Catarina Seabra Lopes e à pouco tempo publiquei o meu primeiro livro, tenho 18 como tal sou uma das poucas jovens escritoras/escritores que em portugal são reconhecidos por editoras.
O meu livro chamasse "Um lugar chamado Evalon" e é um romance pouco comum sobre uma humana vulgar que se vê envolvida na viagem mais inacreditável da sua vida por entranhas de um mundo que até à data não existia ao olhos de ninguém. O livro foi publicado com a "CorposEditora". Venho por este meio pedir ajuda na divulgação da minha obra, como tal aguardo resposta em breve.

Envio aqui diversos links para que possam provar a veracidade da história, nomeadamente os locais onde o livro esta a ser vendido em versão papel e em versão Ebook para todo o mundo, assim como o site da editora em causa:

https://www.facebook.com/UmLugarChamadoEvalonCatarinaSeabraLopes?ref=hl

Versão papel: http://www.worldartfriends.com/store/1882-catarina-seabra-lopes-um-lugar-chamado-evalon.html
Versão Ebook: http://www.worldartfriends.com/store/1883-um-lugar-chamado-evalon.html

Corpos editora: http://www.corposeditora.com/site/mostra_obra.asp?idcoleccao=20&idobra=1202