Comentário:
Ler Eça de Queirós é diversão pura. Fosse ele inglês ou americano e seria um dos melhores do mundo. Este livro é, na minha opinião, um dos mais bem conseguidos de Eça, sem o “peso” de Os Maias, sem as descrições de A Cidade e as Serras, sem o volume de A Capital.
Esta obra é a melhor ilustração daquele que é o verdadeiro traço distintivo do grande Eça: a crítica social. Aqui, cada personagem é um “cromo” típico do grupo que representa. O alvo mais evidente da crítica queirosiana é, neste livro, a burguesia, com o seu diletantismo, a sua ignorância e, acima de tudo, a sua ausência de ocupação efetiva que se nota mais no caso da mulher. Luísa é vítima da sua própria inação, da falta de ocupação, que a leva à procura de experiências, nomeadamente da aventura amorosa com o ex-namorado, Basílio. Este, por seu turno é o exemplo típico do diletante burguês: desocupado, vive de rendimentos. É insensível, não olha a meios para atingir os seus fins e é capaz de por em causa a felicidade de Luísa por mero capricho.
O Conselheiro Acácio é o protótipo do político inculto, com uma cultura superficial mas que exibe com pompa e vaidade. A sua hipocrisia está patente no facto de exibir uma moralidade conservadora ao mesmo tempo que mantém um caso amoroso com a criada.
Mas também a classe popular é criticada por Eça de Queirós: as pessoas da rua comentam de forma mordaz a vida de Luísa e as suas aventuras, com uma maledicência impiedosa. A própria criada, Juliana, é ambiciosa e coloca toda a maldade e egoísmo na ambição de enriquecer, mesmo que à custa da desgraça de outros.
O final do livro talvez seja mais romântico que realista; Eça não resiste a uma espécie de “dramalhão” que, a meu ver, destoa um pouco do clima divertido e leve do livro. Mesmo assim é um dos livros de leitura mais agradável que Eça escreveu e aquele em que é mais visível a sua crítica social, ou melhor dizendo, sátira social. Recomendado para todas as idades e todo o tipo de leitores.
Escrito em Inglaterra, O Primo Basílio, publicado em 1878, é um romance de costumes da média burguesia lisboeta e uma sátira moralizadora ao romanesco da sociedade da época.
Luísa é uma vítima das suas leituras negativas e da baixeza moral do primo, quando a ausência do marido a deixou entregue ao seu vazio interior. É uma vítima do ócio.
Eça sugere artisticamente os traços psicológicos das várias figuras da obra com os seus dramas, que de forma alguma enfraquecem o clima trágico, denso, do drama da heroína.
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