sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

As Pontes de Madison County - Robert James Waller

Robert Kincaid é um fotógrafo da revista National Geografic. Um homem simples. Um solitário feliz. A mãe afirmava que ele veio de um lugar para onde tentava voltar. Talvez por isso é um cidadão da natureza, um homem que procura, através da fotografia, captar o mundo.
No dizer de Francesca, ele é como o vento; move-se como o vento; “talvez viesse dele”…
Livre, poeta, só. Talvez à procura de algo…
Francesca é uma dona de casa submissa, uma mulher do campo, fiel aos seus princípios de moral cristã, tímida, recatada. Mas é como uma adolescente; sonha e sente que a vida lhe escapa na paz dos dias. Feliz? Acostumada à felicidade que a paz familiar lhe oferecia.
Por vezes, há situações na vida que não se explicam; uma emoção perante algo ou um súbito e avassalador sentimento por alguém… algo que surge de abrupto, mas que traz em si um sinal de predestinação, como se estivesse escrito no céu. Algo inevitável! Imperioso.
A atracção de Francesca por Kincaid surge em poucos segundos. No entanto, parece que todo o universo convergia para aquele momento. Nada mais havia a fazer. O inexorável triunfo da paixão.
Depois é o amor e a vida; os obstáculos incontornáveis que fazem a separação entre a concretização dos sonhos e a rotina dos dias que morrem, fazendo morrer a gente. Persiste a memória… como no quadro de Dali: uma memória incorruptível, poderosa. Mas apenas memória, logo, triste e melancólica. E a saudade, essa chaga que não fecha... E a nostalgia de um olhar para o passado como se este fosse uma espécie de paraíso perdido; ou que nunca se ganhou…
Este livro tem o inexplicável dom de nos dizer qualquer coisa que não conseguimos nunca explicar. Qualquer coisa impossível de descrever em palavras… 

8 comentários:

Teresa Diniz disse...

Tens razão. É um livro de uma beleza extraordinária, que não esquecemos facilmente.
Bjs

Anónimo disse...

Tão lindo este livro!
Li na adolescencia e entendi muito direitinho quando fiquei mais velha.
Bjs.

susemad disse...

Este livro tem uma história muito bonita, mas confesso que quando vi o filme, anos depois, não o consegui ver até ao fim. Parecia que não tinha a beleza das palavras lidas. :)

Lia Silva disse...

Eu vi o filme e só li o Regresso a Madison County. Não se pode comparar um filme a um livro, mas eu amei a história tanto que quando vi o livro do 'Regressso a Madison County' não resisti e devorei-o de uma assentada. É uma história linda, que tem magia nas palavras... e que me fez chorar..

Unknown disse...

Olá Teresa
aqui está uma prova de como um pequeno livro pode ser grande :)

Fátima, é um livro que na adolescência deve ser difícil de entender; seria um exercício curioso, pedir a opinião de um adolescente sobre o enredo deste livro...

Tonsdeazul
eu vi o filme e gostei quase tanto como do livro, mas eu sou suspeito porque são fã incondicional do Clint Eastwood e da Maryl Streep. Além disso aquelas paisagens são deliciosas. Mas tens razão; o livro é outra coisa. Até hoje acho que só houve um filme que gostei mais do que do próprio livro: O Nome da Rosa.

Lia
que grande notícia me deste!!!
Ignorância minha mas desconhecia esse livro. Já o confirmei na net e vou lê-lo logo que possível. Perante isto sinto-me como uma criança a quem disseram que afinal, a sua história de quadradinhos tem continuação :)

Obrigado e abraços

Ben Oliveira disse...

Assisti uma adaptação para o teatro e após ler o seu texto, fiquei com mais vontade ainda de ler o livro.

meu texto sobre a adaptação: http://www.benoliveira.com/2012/10/as-pontes-de-madison-adaptacao-teatral.html

Abraços!

Carla disse...

Olá,
Tenho este livro faz muito tempo, e todas as pessoas que o leram dizem o mesmo que tu me dizes, estou certa que não me vou desiludir.;)
Boas leituras;)

Unknown disse...

É verdade, Leitora. Não é uma obra-prima, mas uma bela história de amor, de vez em quando, não faz mal a ninguém :)