quinta-feira, 6 de outubro de 2011

Ainda a propósito de Valter Hugo Mãe

A Cristina Torrão teve a amabilidade de me indicar este link:
O que aqui se passa é uma imensa discussão a propósito de uma apreciação "quase negativa" do livro O Filho de Mil Homens, apreciação essa feita por um crítico literário.
Devo dizer que, como se diz na minha terra, "afino" com estas apreciações feitas com base em padrões de qualidade que são sempre subjectivos. E "afino" ainda mais com o tom doutoral com que por vezes se atribuem esses epítetos de "escritor com E", passando a encarar esses heróis como uma espécie de "vacas sagradas" em quem  ninguém pode tocar. Para esses "doutores", dizer, como eu digo, que não gostei do livro de VHM é um crime de lesa-majestade, como seria também criminoso elogiar José Rodrigues dos Santos porque esse já foi carimbado por tais doutores como um escritor medíocre.
É por estas coisas e por outras que ouso dizer com todas as letras: abomino cada vez mais a crítica literária! Vou continuar a dizer que GOSTO de Paul Auster, de Augusto Cury, de Zafón e de vários outros que os doutores/críticos abominam! E da mesma maneira diria que detesto Os Maias se assim pensasse! E direi também que não consigo ler A Viagem à Índia, que os doutores tanto adoram!
Senhores Doutores e Senhoras Doutoras, quero lá saber o que vocês pensam e o que vocês dizem! O único padrão de qualidade a que obedeço é o meu, até porque a Literatura não é uma indústria para se avaliar os livros como se avalia um detergente. No entanto, TODOS temos o direito de fazer a nossa avaliação pessoal, pois a Literatura é uma arte. A mais nobre das artes!

14 comentários:

Nuno Chaves disse...

APLAUSOS

Paula disse...

Estou contigo Manuel!

Moura Aveirense disse...

Concordo totalmente!

Ahh, os críticos-doutores não gostam de Zafon (um dos meus escritores favoritos)?!? Tadinhos, não sabem o que perdem...

Cristina Torrão disse...

:-)

Isto torna-se ainda mais interessante, quando hoje leio isto:

http://ler.blogs.sapo.pt/819030.html

Trata-se precisamente do crítico/escritor que a autora do Horas Extraordinárias acusou de invejar VHM.

Ceu Gonçalves disse...

Concordo, plenamente.
Abomino também a crítica literária. Nunca li por encomenda. Sigo sempre o recomendado por amigos, que com uma visão imparcial, dizem: "Vale a pena ler. Vais gostar!»
E assim, inicio o ritual: comprar e ler. Ao gostar, faço recomendações; ao não gostar, nada digo.
Se entender, que a pessoa é receptiva a alguma crítica - faço. Sem esquecer, alguns factores que possam influência a opinião sobre determinado livro (não foi o momento certo para aquela leitura; não consegui atingir a mensagem do autor, etc).
A escrita sendo uma arte, também ela é subjectiva.
Sei aceitar - sugestões; nunca - imposições.
A crítica levada ao limite - impõe.

Miguel Nunes disse...

Já há muito que vejo a crítica literária como um poço de cobras.

Unknown disse...

Obrigado, Nuno e Paula :)

Moura, eles não gostam de tudo quanto seja agradável. Para ser bom tem de ser erudito :) e com um toquezinho de antiquado. Então se tiver um cheirinho a naftalina... seria ideal :)

Obrigado, Cristina. Esse link vai ficar para ler amanhã. Acho que vou rir mais um pouco :)

Concordo totalmente contigo, Céu. Por isso gosto dos blogues. Tenho a sensação de serem feitos por gente como nós. Povo!

Olá Sr.
Poço de cobras não diria, mas uma espécie de clube dos poetas mortos :)

Cristina Torrão disse...

Manuel, trata-se mais de reabilitar um crítico, desacreditado por ousar "atacar" um escritor protegido por uma das maiores editoras portuguesas ;)

NLivros disse...

Pois eu então há muito tempo que não leio qualquer crítica literária desses pesudo críticos.

Há uns anos ia a correr comprar livros que eles entusiasticamente sugeriam. A maioria não conseguia passar do meio e não me considero um analfabeto literário.

O que essa gente amiúde esquece, é que um livro deve ser prazer e entretenimento.

Abraço

Unknown disse...

Cristina, parece-me que, nesta polémica, tão errado está o crítico por tentar estabelecer uma avaliação "objectiva" como a autora do Horas Extraordinárias por não encarar a opinião do crítico como uma opinião pessoal, à qual tem tanto direito como ela e qualquer um de nós.
As grandes obras de arte são polémicas! As composições de Mondrian foram consideradas banais por muito boa gente! A arte de Andy Wahrol foi desprezada, a música de Mozart foi preterida em relação ao banalíssimo Salieri, etc. E foi a democracia das opiniões, não foi a crítica especializada, que fez os génios de Wahrol, Mondrian, Mozart, etc.

Iceman, dizes bem: um livro é prazer e divertimento. Essa é uma das ideias que nos une. A nós, os maluquinhos dos blogues, que é um mundo muito mais saudável do que o da crítica literária.

Tiago M. Franco disse...

Quando os impressionistas franceses expuseram numa grande exposição pela primeira vez, muitos críticos chamaram-lhe a sala da vergonha. Monet disse no fim da vida quando olhava para os novos estilos que apareciam: não digo que esta arte não presta, como disseram da minha, digo que não a percebo. Vou ler o livro depois dou a minha opinião.

Unknown disse...

É isso mesmo, Tiago!

Teté disse...

O problema do críticos literários (ou cinematográficos ou comentadores políticos) é que se levam demasiado a sério e vislumbram-se a si próprios como "opinion makers", que o rebanho depois logo os segue sem pensar...

Daí também preferir ler opiniões de pessoas comuns, mais despretensiosas e sem tantos preconceitos na discussão sobre se uma obra é literária ou não. Interessa muito, se as pessoas gostam? :)

Unknown disse...

Olá, podias seguir o meu blog? www.aborboletadepapel.blogspot.com
como ainda está no inicio queria dar a conhecer as pessoas :)
Porque afinal de contas temos algo em comum, que é a paixão por livros :)

beijinhus